A ida de Paulo André para o futebol chinês representou, em minha opinição, uma brilhante solução para vários problemas.
O primeiro, de ordem estritamente técnica, era dar continuidade à reformulação do elenco empreendida por Mano Menezes sob a égide da direção do Corinthians. Com a saída de Paulo André o elenco perdeu um jogador que era, de alguma forma, o porta-voz do técnico Tite em campo mas que, provavelmente, Mano Menezes não via com bons olhos desempenhando essa mesma função. Além de eliminar uma forte ligação com um recente passado que muitos dirigentes querem ver o mais longe possível.
O segundo motivo, este de ordem extra campo, era remover das manchetes um personagem inteligente, que dificilmente se deixaria manobrar, e enfraquecer um movimento, o do chamado “Bom Senso”, que incomodava muitos cartolas, tanto na esfera regional como – e principalmente – nacional. E que, às vésperas da eleição na CBF, poderia ser um fator adverso e incontrolável.
O terceiro foi dar a Paulo André uma forma de exílio dourado e assim justificar, ao menos perante a parte da torcida que o apreciava, sua saída, fazendo entender que, com o dinheiro a ser ganho na China, o jogador construiria uma tranquila aposentadoria.
Em suma, uma solução válida para todos…ou quase.