A nova edição do Nissan Sentra marca um sensível passo à frente em relação aos modelos anteriores, que, a exemplo deste, foram projetados para o mercado americano. O primeiro foi apresentado no outono de 2006, em 2008 sofreu uma re-estilização e em outubro de 2012 apareceu um novo modelo, com motor 1.8.
Agora aparece esta nova versão, com motor 2.0 flex, que tem o mesmo curso longo (são 90,1 mm) do anterior, o que assegura de imediato um bom torque, mas um diâmetro maior, tendo passado de 79,7 mm para 84 mm. O que aumentou a potência de 131 para 140 cv.
O que porém impressiona, neste motor, é o imediato fornecimento da potência disponível, graças à utilização da transmissão automática CVT, iniciais ingleses de transmissão com variação contínua. Em outras palavras, esta transmissão não tem as costumeiras relações de marchas (sejam elas 5, 6 7 ou mesmo 8) mas sim uma relação infinita, que varia a cada instante, de acordo com o pisar do pé do motorista no acelerador.
Trata-se de uma transmissão idealizada no ano de 1953 e denominada Variomatic, sendo obra de dois holandeses, Hub e Wim van Doorne, que buscavam simplificar ao máximo o sistema de transmissão da potência do motor às rodas. Ela consistia em 4 cones, dois para cada roda traseira, colocados com o vértice de um oposto à base do outro e ligados por uma correia trapezoidal, que se movimentava para um lado e para outro, variando então em continuidade a relação de marcha. O sistema, que em minha opinião é o mais racional de todos os automáticos, foi depois muito aperfeiçoado, sobretudo pela indústria japonesa, que apostou bastante nele. E o resultado, hoje, é uma transmissão suavíssima, extremamente agradável, que torna um real prazer dirigir este Sentra, sobretudo no trânsito cada vez mais conturbado das grandes cidades.
Ao lado disso, que já coloca o Sentra num patamar especial, praticamente sem concorrentes em sua categoria, fica uma suspensão que sofre um pouco (como todo carro moderno) as imperfeições das ruas de São Paulo (em Brasília, por exemplo, este problema não existe) mas que não causa maiores problemas. E o resto da mecânica está à altura do que o carro pretende ser : um sedan médio de luxo, muito bem acabado que privilegia o conforto de motorista e passageiros.
Isto por um preço competitivo no setor, cerca de 73 mil reais na versão de tope, que, em minha opinião, poderiam ser uns 76 mil e trazer o acionamento elétrico dos bancos dianteiros. Essa, em minha opinião, é a única falha do carro que, pelo resto, tem condições de encarar vitoriosamente seus concorrentes, geralmente mais caros quando igualmente equipados. Naturalmente como de hábito será necessário aguardar a resposta do mercado…já que existe também uma versão de entrada, com câmbio manual de 6 marchas, com preço ao redor de 62 mil reais e boa parte dos principais equipamentos presentes na versão mais cara..