Estava esperando desde a contratação de Mano Menezes um posicionamento do presidente do Corinthians, Mario Gobbi, deixando bem claro o que o clube faria, no setor de futebol profissional. Isto estava demorando, até que, em minha opinião, a invasão do CT fez precipitar as coisas e o presidente resolveu vir a público.
E o fez de forma bem clara, para quem ouviu atentamente suas palavras, como nosso eficiente companheiro Serodio fez aqui na Jovem Pan, não deixando a menor dúvida.
O Corinthians não vai fazer nenhuma contratação de impacto, vai buscar reduzir sua folha de pagamento (o empréstimo de Pato foi a primeira mexida importante) e não tem, a curto prazo, nenhuma pretensão de novos triunfos. O título mundial ficou no passado, agora o Corinthians iniciou uma nova era e se encontra praticamente no mesmo patamar de muitos de seus rivais, sem poder prometer qualquer conquista esportiva.
Naturalmente tudo isto foi dito com certo cuidado, para não cutucar demasiadamente as várias torcidas organizadas. Nada que se possa comparar, embora em cenários totalmente distintos, ao que fez Churchill no auge da “Batalha da Inglaterra”, quando a Alemanha parecia prestes a invadir a ilha, e ele se dirigiu ao povo prometendo “sangue, suor e lágrimas”. Mas, de qualquer forma, a do presidente Gobbi foi uma importante tomada de posição, que, em minha opinião, deveria ser seguida por vários seus colegas que se encontram em situação parecida. Mas que preferem muitas vezes vender ilusões, sem se importar muito com as consequências do provável desencanto das torcidas quando os sucessos esportivos não se verificarem.