As duas telenovelas extra-campo que mais apaixonaram os espectadores nestes últimos tempos tiveram ontem etapas importantes. A da manutenção da sede da Copa em Curitiba viu o último ato que, como era lógico esperar, sacramentou a manutenção da decisão inicial, escolhendo as 12 cidades onde serão disputados jogos do mundial.
Digo que a manutenção da sede de Curitiba era lógica pois somente a poucos técnicos, sobretudo na área de telecomunicações, interessava seu cancelamento. Todos os demais tinham interesse, embora diferentes entre si mas nesse caso convergentes no objetivo, de que a sede fosse mantida. Os governos estadual e federal queriam mostrar que no Brasil tudo está funcionando às mil maravilhas. O Atlético quer que o estádio seja completado, pois ficará com uma boa praça de esportes. E a Fifa, por seu lado, desejava mostrar ao mundo que seu trabalho é correto e que a realização da Copa no Brasil será um sucesso total. Para mim, ao menos por ora, a única coisa assegurada é o sucesso financeiro para os cofres da entidade mundial, o resto estou esperando, naturalmente sentado, para poder julgar.
A outra telenovela ainda não acabou, mas tivemos dois capítulos importantes. A CBF lavrou um tento a seu favor conseguindo que todas as ações legais tramitem no foro do Rio. Isso é extremamente importante, representa, se posso fazer uma comparação com o que acontece em campo, jogar em casa, usufruindo dos fatores campo e torcida.
A Portuguesa, por seu lado, contra-atacou decidindo bater às portas da Justiça que eu escreveu com J maiúsculo, para diferencia-la da chamada esportiva, que é apenas um repositório de regras frequentemente conflitantes entre si para abrir caminho ás decisões mais convenientes em determinado momento. O espantalho levantado para os que são contrários à chamada em causa da Justiça é apenas um engana-trouxa. Ou alguém, a não ser em tom de brincadeira, imagina que a Fifa, por causa disso, vá desfiliar a CBF e jogar pelos ares a Copa ? Nem Papai Noel faria isso…