Quando o holandês Seedorf assinou contrato com o Botafogo e exigiu uma cláusula pela qual estaria instantaneamente liberado, a qualquer momento, caso decidisse abandonar a carreira de jogador para iniciar a de técnico, ele já sabia que, antes ou depois, seria técnico do Milan.
As numerosas afirmações de Silvio Berlusconi, em conversas particulares com amigos, tipo “quando Seedorf for nosso técnico”, tinham deixado isso bem claro. E a oportunidade, que já tinha se desenhado antes do início desta temporada italiana, em junho passado, com a vontade do dono do clube de mandar embora o técnico Allegri, e só não o fazendo pela insistência de seu amigo Galliani, que defendeu a permanência do técnico por mais uma temporada, acabou acontecendo na rodada passada. O Milan conseguiu a proeza de ser derrotado, por 4-3, pelo modesto Sassuolo, estreante na série A do campeonato.
Foi a gota d´água que permitiu a Barbara Berlusconi, agora direta representante do pai na direção do clube, de mandar embora Allegri e chamar Seedorf para sentar no banco do Milan como seu novo técnico, com um contrato de 2 anos e meio. A estreia, por sinal, já está marcada, será domingo, em San Siro, frente ao Verona, na abertura do returno do campeonato italiano.
Para Seedorf começa assim uma nova etapa de sua vida esportiva, com um desafio enorme pela frente. Pois transformar o atual elenco do Milan, onde poucos se salvam e Kaka está se matando em campo parta convencer Scolari a leva-lo á Copa, num bom time é tarefa dificílima. E coloca-lo em campo com um esquema ofensivo, como sempre pretendeu Berlusconi, beira a insanidade.