Nos clássicos, geralmente verifica-se certo equilibro e as contagens elevadas não são frequentes. A partir dessa regra não escrita mas real, eu pensei que o jogo de ontem á noite na Vila Belmiro seria equilibrado, eventualmente decidindo-se a favor do Santos, mas jamais imaginei um placar de 5-1, com direito a olé da torcida na fase final do encontro.
Mas foi o que aconteceu, e a comparação entre a juventude do Santos e a experiência do Corinthians pendeu impiedosamente para o time da Vila, onde o meio de campo Arouca acabou sendo o grande nome do jogo ao passo que o “banco de luxo” do ataque corintiano, formado por Emerson e Pato, pouco ou nada acrescentou ao time. Pato, por sinal, mandado a campo quando o desastre já estava desenhado, deu a impressão de sua entrada ter muito mais um caráter de punição do que uma derradeira tentativa de re-equilibrar a luta.
Deste jogo, deixando de lado os eventuais julgamentos de base clubística, pode-se tirar uma conclusão bem favorável ao próprio futebol: as novas gerações, como os próprios Santos e Corinthians tinham demonstrado na final da Copinha, apresentam alguns elementos bem interessantes. E agora cabe aos clubes a que pertencem tentar utiliza-los no time principal, tarefa na qual o Santos parece estar à frente dos demais.
Paralelamente ao clássico da Vila, tivemos a estreia de dois clubes brasileiros na pré-Libertadores. E tanto o Botafogo no Equador como o Atlético Paranaense no Peru se deram mal, perdendo, respectivamente, para Deportivo Quito (0-1) e Sporting Cristal (1-2). Nada de dramático, pois na próxima 4.a feira teremos os jogos returno aqui no Brasil e ambos terão a chance de inverter o atual panorama. Mas que foi um interessante sinal de alerta, não há a menor dúvida.