O sorteio dos 8 grupos da Copa do Mundo, quando serão eliminadas 16 seleções, já fez alguns estragos, a começar pela matemática eliminação de uma seleção que já foi uma ou mais vezes campeã mundial. É o que vai acontecer no Grupo D, onde uma, entre Uruguai, Inglaterra e Itália vai sobrar, já que se classificam apenas as duas primeiras.
E quem se salvou foi a França, não graças ao sorteio em si mas em função da modificação dos critérios previamente estabelecidos, pelos quais o time gaulês, na qualidade de seleção européia pior classificada no ranking de setembro, ficaria num determinado pote e aí sim poderia cair num grupo com mais dois ex-campeões mundiais. Foi uma hábil jogada de Platini, endossada por Blatter, que certamente vai pesar de forma negativa na hora da votação para a eleição do futuro presidente da FIFA.
Dito isso, fica evidente a disparidade de forças entre os 8 grupos, além esse D do qual já falamos valendo lembrar o G, onde o normal favoritismo de Alemanha e Portugal poderá ser posto em xeque pelas condições climáticas onde se disputarão seus jogos frente a Gana e Estados Unidos. Enquanto o Grupo C, por exemplo, pode tranquilamente ser definido como o grupo da “Série B” da Copa, por reunir, além da favorita Colômbia, Grécia, Costa do Marfim e Japão.
No resto, pode-se entender que o Grupo F favoreceu bastante a Argentina, opondo-lhe Bósnia, Irã e Nigéria, enquanto nos demais as condições climáticas (temperatura na hora dos jogos e grau de umidade) podem exercer papel mais importante que as condições técnicas.
Deixamos propositalmente por último o Grupo A, onde o Brasil é franco favorito, enquanto teremos uma luta acirrada pela segunda colocação entre México, Croácia e Camarões, para lembrar que esta facilidade inicial deverá ser bem aproveitada por Scolari para dar conjunto e ritmo ao time. Já que, nas oitavas de final, poderá ter pela frente a campeã Espanha ou a vice-campeã Holanda, numa parada bem mais dura e difícil.