Falamos recentemente do motor de 3 cilindros que a Volkswagen apresentou no nosso mercado, equipando inicialmente uma versão do Fox, para depois utiliza-lo no sub-compacto Up! a ser lançado em 2014. Antes dele, porém, a tecnologia dos motores de 3 cilindros já estava presente entre nós, com o motor 1.0 que equipa o Kia Picanto e o Hyundai HB20. Trata-se do mesmo motor, já que Kia e Hyundai pertencem ao mesmo conglomerado sul-coreano que atua em vários ramos industriais e representa financeiramente uma potência mundial.
Este motor tem, em linhas gerais, as mesmas carcaterísticas técnicas do VW, com bloco em aluminio, finas paredes dos cilindros em ferro, distribuição com dois comandos de válvulas e variador de fase, tanto na admissão como no escape. Além disso sua arquitetura tem diâmetro dos cilindros bem menor que o curso do pistão (são 71 mm contra 84 mm, para uma cilindrada total de 998 cm³), para possibilitar um maior torque. Recentemente este motor teve sua taxa de compressão incrementada de 10,5:1 para 12,5:1 o que, junto com outras alterações, aumentou sua potência de 69 cv para 77 cv (usando gasolina) e nada menos que 80 cv usando álcool, sempre a 6.200 rpm. Isso eliminou sua anterior, grande diferença em relação ao motor VW, que tem 82 cv
O ponto básico, de qualquer forma, é que, mesmo não tendo (como, aliás, acontece também no motor VW) um contra-eixo de balanceamento, este 3 cilindros asiático é extremamente equilibrado, tendo eliminado totalmente o desequilíbrio que se poderia esperar. Isto foi fruto de um minucioso trabalho visando reduzir os atritos internos, reduzir as massas em movimento e equilibra-las, a ponto que, em marcha lenta, o motorista médio jamais saberá distingui-lo de um motor de clindrada equivalente mas com 4 cilindros.
Assim, ao rodar com este Kia Picanto (e o mesmo conceito se aplica a seu co-irmão Hyundai HB20), é notável a silenciosidade do motor que, aliada ao bom escalonamento do câmbio mecãnico de 5 marchas (para os preguiçosos existe ainda o opcional de um velho câmbio automâtico com 4 marchas), torna muito agradável dirigi-lo, tanto na cidade como na estrada. E, soma-se a isso um acabamento acima da média da categoria, para completar um carro de entrada (custa R$ 37.900) muito agradável. E extremamente confiável, como pudemos constar pois que o carro utilizado para esta avaliação já tinha mais de 27 mil km rodados e portanto tinha tido todo o tempo para apresentar eventuais defeitos originais.