Quando a vantagem do vencedor, em relação ao segundo colocado, pode ser medida por um relógio, não necessitando do costumeiro cronometro, não se pode falar simplesmente em vitória mas deve-se usar a palavra triunfo. Foi o que aconteceu com o tetra-campeão mundial Vettel em relação a seu companheiro de equipe Webber, no ante-penúltimo GP da temporada, o GP de Abu Dhabi. Com uma vantagem de mais de meio minuto que só não foi muito maior pois o box pediu-lhe, bem antes da metade da corrida, para diminuir seu ritmo. Caso contrário, a vantagem seria superior a 1 minuto e muitos de seus diretos adversários amargariam, na linha de chegada, uma volta de atraso.
Webber, que tinha conseguido brilhantemente a pole, jogou isso fora ao largar mal e ser logo superado por Vettel, além de ter que lutar duramente com Rosberg (Mercedes) e Grosjean (Lotus) para conquistar o segundo lugar. O que criou momentos bem interessantes na corrida e evitou a monotonia que a superioridade absoluta de Vettel poderia determinar.
Entre os motivos de interesse ficaram também a batida de Raikkonen, obrigado a largar em último lugar por ter um carro fora do regulamento (a frente fletia mais que os 5 mm permitidos) e fazendo-o de uma forma extremamente agressiva que chegou a levantar dúvidas. Seria sua resposta à conduta da Lotus que ainda não lhe pagou um euro sequer desde o início do campeonato?
E a tática da Ferrari, chamando tanto Massa como Alonso para um segundo pit-stop, quando seus carros ocupavam 5º e 6º lugares e tinham uma confortável vantagem sobre os perseguidores, também causou surpresa. Uma surpresa, aliás, que só poderia ser esclarecida se tivéssemos o gráfico de desgaste dos pneus, detalhe obviamente só disponível para os técnicos da equipe.
De toda forma, foi um GP interessante, embora com desfecho, pelo que dizia respeito à indicação de 1º e 2º colocados, amplamente previsto…