A ida de Felipe Massa para a Williams me faz lembrar a velha história do copo que, dependendo do ponto de vista, pode estar meio cheio ou meio vazio. Trata-se de uma equipe de passado glorioso, aí estão seus 9 títulos da Copa dos Construtores e as 114 vitórias em GPs, alicerçadas por 229 pódios. Mas está também um presente obscuro, com apenas 1 ponto no atual campeonato e um piloto, o finlandês Bottas, de escassa experiência para ajudar no eventual desenvolvimento do novo carro.
Assim Massa pode ser o líder de que a Williams tanto necessita, pois experiência e velocidade não lhe faltam e fazer render ao máximo o carro ao qual Pat Symond, que chegou apenas em agosto para assumir a direção técnica, deve ter dado apenas os retoques finais. Essas, contudo, são esperanças de quem, como eu (e escrevi isso no final de meu livro) gostaria imensamente de ver Massa campeão mundial da F1 mas não estão apoiadas em fatos concretos.
O que se observa, numa análise racional e desapaixonada, é uma equipe que desde a saída de cena de Patrick Head parece ter perdido sua identidade e sua continuidade organizativa. Na gestão sucederam-se Adam Parr e Toto Wolff que, por motivos diversos, tomaram outros caminhos. Na direção técnica as últimas temporadas mostraram nomes sempre diversos, com uma subdivisão de responsabilidades que acabou não dando resultado. E mesmo neste ano, quando Mike Coughlan, um técnico experiente e dotado de credibilidade, parecia poder levantar a equipe, o que se viu não foi nada animador. A vitória conseguida em 2012 no GP da Espanha não teve sequência, Maldonado valeu mais pelo dinheiro do patrocínio que pelo rendimento nas pistas e Bottas pagou pela estréia na F1.
Atualmente a Williams oscila entre um passado famoso e um presente cheio de incertezas, sendo que cabe a Massa tentar a virada. Em italiano, eu diria “in bocca al lupo”… que pode ser sintetizado em “felicidades”.