Esperei propositalmente alguns dias antes de comentar o “caso” Diego Costa, com o intuito de colocar em seus respectivos e devidos lugares os fatores racionais e os emocionais que envolvem a questão. Além de poder apontar alguns posicionamentos que poderiam ter sido elegantemente evitados por seus autores.
Comecemos, aliás, por eles. O presidente Marin, ao melhor estilo dos políticos, declarou que a CBF tudo faria para reverter a decisão junto à FIFA. Uma declaração que visava apoiar-se na decepção do momento e num sentido de nacionalismo algo fora de lugar, em se tratando apenas e tão somente de uma prática esportiva, como o jogo de futebol o é. Expondo-se, ademais, ao ridículo pois é sabido que, após a opção por escrito do jogador, a FIFA somente poderia tomar ciência da decisão, sem qualquer poder de questionamento. Caberia, ainda, lembrar a opção inversa, tomada por esportistas de outros países que resolveram, nos mais diferentes esportes, envergar as cores brasileiras para poder tomar parte em competições às quais não conseguiriam estar presentes por seus países se não como meros espectadores.
O outro caso foi protagonizado pelo técnico Scolari que enveredou pelo lado romântico e sensacionalista ao analisar a decisão do jogador, ao invés de ficar em silêncio e não acusar o golpe. A história da raposa e da uva vem logo à mente…
Finalmente, num plano racional, pode-se entender que Diego Costa, convencido pelas atitudes de Scolari de que, com ele como técnico dificilmente teria um lugar na seleção brasileira, preferiu apostar nas suas chances, certamente maiores, de jogar pela Espanha. País, lembremos, onde vive, se formou como jogador de futebol e alcançou o patamar de ídolo de um grande clube como o Atletico Madrid. Assim a escolha foi por demais lógica…