Novamente Vettel no degrau mais alto do pódio. E, desta vez, com a sexta vitória consecutiva, a décima do ano, e a matemática certeza do tetra-campeonato, o mais jovem piloto da história a conseguir este feito que anteriormente só Fangio e depois Schumacher tinham alcançado. Prost fica fora deste elenco, pois seus quatro títulos mundiais não foram seguidos e portanto não seria correto (embora muitos o façam) falar em tetra-campeonato.
Exatamente Prost é o piloto ao qual, em minha opinião, mais está se assemelhando Vettel por sua forma de pilotar, sua determinação, quando na ponta, de tentar aumentar a própria vantagem ou, pelo menos, mantê-la, sua boa “leitura” tática da corrida, sua habilidade em desfrutar toda situação favorável. Em suma, um piloto que evoluiu enormemente desde sua estréia, soube vencer uma corrida (o GP da Itália de 2008) com um carro modesto como a Toro Rosso, isso já em seu segundo ano de F1, e que, quando chegou a uma equipe grande, como a Red Bull se tornou neste século, desfrutou integralmente a experiência de Adrian Newey em projetar um carro altamente competitivo e o levou a seguidos triunfos.
Naturalmente, a comparação com Prost, por enquanto, para por aqui, já que o francês teve como adversários pilotos do valor de Senna, Mansell, Piquet e Lauda, apenas para citar os quatro que primeiro me vieram à memória, enquanto os adversários de Vettel, excluídos Alonso e Hamilton (e nenhum deles se situa no mesmo patamar de Senna, por exemplo), estão sendo de um nível bem diferente. De qualquer forma, antes de fazer-se um melhor julgamento de Vettel, é interessante aguardar mais algum tempo e deixar, como sempre faço, sua colocação definitiva no Olimpo da F1 só ao encerrar a carreira.
Este GP da Índia colocou em destaque também outros pilotos que, por uma razão ou outra, necessitavam disso. Refiro-me a Massa, autor de uma largada excepcional e conquistando um quarto lugar amplamente merecido, além de poder saborear, por algumas voltas, o prazer de liderar uma corrida. E também a Rosberg, continuamente empenhado numa luta interna com Hamilton, contratado para ser o nº 1 da Mercedes, e a Grosjean, que definitivamente apagou aquela imagem de piloto trapalhão e está encetando uma nova, muito promissora, fase de sua carreira.
Em suma, a F1 continua nos oferecendo emoções mesmo quando os dois títulos, o de Pilotos e a Taça dos Construtores, já estavam praticamente definidos e agora o foram de forma matemática.