Sobre o lado positivo desta análise, as vitórias do Corinthians e do Santos, falamos ontem. Hoje conversaremos sobre o outro lado do assunto, as inconcebíveis apresentações com inaceitáveis atuações e consequentes resultados de Portuguesa e São Paulo.
No domingo a Portuguesa derrotou o Corinthians por 4 a 0 com três gols em poucos minutos de jogo e impondo-se ao adversário de tal forma que não deixou espaço se não o de aceitar a sua superioridade. Foi implacável. Atuou com objetividade, rapidez, concentração, empenho, sede de vitória. Deixou a impressão de que havia entrado numa fase de positividade que a afastaria do descenso e, até, que entraria na disputa por uma vaga no grupo que luta para disputas melhores em 2014.
No entanto, o mesmo time, o mesmo grupo de jogadores, em apenas três dias depois, foi derrotado por 4 a 0 pelo Cruzeiro. Ninguém fará comparação entre a fase vivida pelos mineiros e a dos corintianos, mas o que aconteceu com a lusa para em tempo tão reduzido ter participações tão diferentes? Uma tão positiva e a outra tão desastrosa.
O mesmo raciocínio pode ser feito quanto ao São Paulo. No domingo, contra o Grêmio teve talvez a melhor apresentação do ano. Embora perdendo apresentou-se com voluntariedade, com velocidade, com objetividade (Dida foi o melhor jogador. Fez defesas maravilhosas). Embora perdendo saiu de campo aplaudido pela torcida e elogiado pelos cronistas esportivos porque lutou intensamente pela vitória. O time teve disposição, teve garra, demonstrou aplicação tática ofensiva e principalmente defensiva. Deixou a clara impressão de que havia superado a fase negativa e de que Muricy havia recolocado a máquina tricolor no caminho da superação.
Três dias depois, apenas três dias depois, o mesmo time, o mesmo elenco que tanto agradou no domingo, foi apático, desatento, desanimado. Atuou sem qualquer objetividade dando um único chute a gol. O resultado foi desastroso. O Santos engoliu o São Paulo jogando desde o fim do primeiro tempo com um jogador a menos. O último gol foi feito por Léo numa jogada em que Cicinho atravessou o campo e chegou bem na frente do seu marcador e o Léo também atravessou todo o campo e chegou sozinho sem que nenhum adversário conseguisse alcançá-lo. Lembrem-se: o Léo tem 38 anos.
Como disse Muricy foi uma vergonha e por causa dessa declaração corre o risco de sofrer represálias dos atletas. Teve uma longa conversa com eles. Certamente não foi para trocar elogios. Por isso tudo o jogo de amanhã contra o Vitória dirigido por Ney Franco pode ser fatal para o São Paulo.
Waldo Braga