O assunto se repete toda vez que um clube brasileiro não vence por um período longo e o tamanho desse “longo” depende da maior ou menor ansiedade da torcida. Para uns 4 jogos. Para outros 5 e assim por diante.
O fato é que pouco importa a qualidade dos jogadores, da equipe técnica, dos dirigentes. O torcedor não tem paciência e muito menos a necessária compreensão para analisar racionalmente os detalhes que envolvem as atividades de um clube de futebol.
Tudo é emoção. De nada adianta partidas bem jogadas, com lances de emoção, fintas brilhantes, bola na trave, com defesas “impossíveis”. Se o time perdeu, danou-se.
Esquece-se rapidamente que o time no ano anterior teve muitas conquistas, ganhou quase tudo, inclusive, os títulos do continente e do mundo.
Após alguns jogos sem vitória, com a perda de gols “feitos”, falhas do goleiro ou de um defensor iniciam-se as críticas ao elenco (principalmente a algum atleta específico) e fatalmente ao técnico.
Não importa que ele seja considerado um dos melhores, senão que o melhor, do país e que há alguns meses era o preferido para dirigir a seleção nacional. Não importa que ele tenha comprovada capacidade de dirigir um elenco formado por homens de diferentes formações social e cultural fazendo com que eles se entendam e se superem no aspecto do conjunto resultando em campanhas e conquistas nunca comemoradas pelo clube.
Este é o instante de Tite no Corinthians. Está sob forte pressão emocional. Já se supõe que a sua fase já está esgotada; já se levanta a hipótese que ele perdeu o controle da equipe, que os jogadores já não atendem as suas orientações.
É uma grande injustiça. A competência de Tite está comprovada com os títulos conquistados. Os dirigentes poderiam demonstrar o reconhecimento pelo trabalho realizado prorrogando o seu contrato agora ao invés de esperar pelo resultado envolvendo a conquista de uma vaga para a Libertadores.
Ele precisa de paz para trabalhar pensando somente na estratégia adequada para este momento da equipe.
Waldo Braga