Não é de hoje que o tema é motivo de artigos e de muita discussão. De nada valeram as críticas severas. Os dirigentes da CBD e depois da CBF e os das Federações nunca deram importância e os dirigentes dos clubes (quase todos) silenciam porque têm medo de represálias que prejudicarão suas agremiações.
A novidade é que pela primeira vez os atletas, normalmente omissos, tomaram a iniciativa e anunciaram formalmente o seu descontentamento e reivindicam a aplicação de medidas que os protejam no exercício da profissão.
Receberam elogios de quase todos os críticos, de alguns dirigentes e de alguns técnicos. Felipão, por exemplo, ficou em cima do muro por ser funcionário da CBF esquecendo-se que anteriormente, quando treinador de clube, também, reclamava do calendário que o impedia de treinar o seu elenco.
Eles têm razão em reclamar e exigir proteção, mas é importante que atentem para certos detalhes e não esvaziem a pedida por excesso nas pretensões. Por exemplo, é muito difícil que haja qualquer alteração para o próximo ano.
Os vários setores que atuam no mercado do futebol já fizeram contratos que os obrigam a cumprir certas condições como acontece com a televisão. Os próprios clubes já o fizeram com os patrocinadores etc.
Outro aspecto, e não menos importante, é a possibilidade jurídica das suas reivindicações. É indispensável que estejam orientados por advogados sobre a proteção legal do pedido, por exemplo, no referente às férias. A Consolidação das Leis do Trabalho, CLT, permite que o empregador fracione o período de férias em duas etapas desde que uma delas seja de pelo menos dez dias corridos.
Como esse há outros detalhes que precisam ser analisados por profissionais especialistas que o impeçam de pedidos absurdos e ilegítimos.
De toda sorte valeu o movimento. Resta apenas aguardar que ele não se esvazie com o passar do tempo. É muito difícil manter um grupo tão heterogêneo unido por muito tempo e os dirigentes sabem disso e são mestres na arte da enganação.
Waldo Braga