Ao contratar Pato, o Corinthians fez uma aposta com o futuro, imaginando que o jogador, voltando ao Brasil, retomaria o nível de atuações que marcaram sua estreia nas fileiras do Inter de Porto Alegre e que motivaram o Milan a adquiri-lo. E esse era também o sonho de muitos torcedores, corintianos ou mesmo simpatizantes de outros clubes, que imaginavam ter pela frente um futuro titular da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 2014.
Para decepção de tantos, porém, o que se viu foi um Pato que não consegue ser titular absoluto nem mesmo no Corinthians, onde lhe foram dadas – e continuam sendo dadas – todas as oportunidades possíveis. Utilizado como segundo homem de frente (esta é sua melhor colocação tática) ele não consegue se tornar tão perigoso como seria necessário, além de não conseguir voltar, quando a bola está com o adversário, para reforçar a marcação do meio de campo. Como, por exemplo, faz Romarinho que, por isso mesmo, acaba sendo mais útil que Pato.
Escalado como primeiro homem de frente, por outro lado, ele acaba sendo dominado pelos centrais adversários, e sua utilização, como uma eventual opção tática em lugar de Guerrero, é negativa. Como, aliás, as várias experiências nesse sentido, realizadas por Tite, mostraram amplamente.
Tudo isso criou um certo sentido de frustração que teria sido facilmente evitado se tivesse sido observada, com atenção e seguidamente, sua passagem pelo Milan. Onde ele teve seu melhor momento ao atuar como segundo homem de frente, tendo o sueco Ibrahimovic como centroavante, enquanto ao ser colocado no lugar do sueco, com Robinho como segundo homem de frente, seu rendimento caiu verticalmente. Mas em todos os casos, ele jamais foi o fora-de-série que muitos imaginavam, em seu aparecimento no Inter, ele se tornaria. E é isso que constitui um, para mim insolúvel, desafio para o Corinthians…