A Classe C da Mercedes é a que mais vende no mundo todo e isto graças a uma gama que vai do sedan à station-wagon e ao cupê e que se situa, como preços, logo acima das classes A e B. Naturalmente quando se fala em preços é necessário distinguir a qual mercado nos referimos, pois impostos locais e outros acabam influindo muito na composição do custo final. E aquilo que pode parecer barato na Europa, por exemplo, torna-se muito caro aqui entre nós.
Mas esta é outra questão, e vamos falar agora apenas do carro em si, com que andamos vários dias em São Paulo, percebendo, de imediato,como de hábito, que o remendado asfalto e as irregularidades que apresenta não são o terreno ideal para qualquer veículo moderno que não seja um jipe. Mas esta Classe C cupê, que estava com 9 mil quilômetros rodados, aguentou bem o “suplício” que lhe foi imposto e fez até parecer algumas ruas não tão “impossíveis” como aparentam ao utilizar outros veículos de menor preço.
A primeira impressão, ao entrar neste cupê, é de descer quase ao nível do piso (como, aliás, acontece com a versão sedan), já que o banco fica, na posição que julgo preferível, apenas a 18 cm do pavimento e a 44 do asfalto. Naturalmente é possível, acionando seus comandos elétricos, colocá-lo numa posição bem mais elevada, o limite sendo dado pelo toque da cabeça no teto do carro. Aliás, em relação ao sedan, o espaço total em altura é de apenas 2 cm menor, embora a linha do teto, caindo bastante atrás, torne este cupê muito mais um 2+2 do que um 4 lugares. Atrás, sobretudo em viagem, os lugares são mais adequados a crianças do que adultos, mesmo se de altura não superior a 1,70 metros, pelo que, tendo que levar 4 ou 5 pessoas, a escolha do sedan é a mais indicada.
Os bancos dianteiros tem um conforto esportivo, seguram bem o corpo nas curvas e, no fundo, a grande diferença com a versão sedan acaba sendo estética, com as enormes portas de 1,4m tornando o carro visualmente menor, embora seja rigorosamente igual.
Aliás o tamanho das portas acaba tornando algo incômodo puxar o cinto de segurança, mas isto é apenas um detalhe num panorama em que o conforto é elevado.
Rodando percebe-se logo a boa resposta do motor, um 1.6 turbo de 156 cv, que se torna melhor colocando a tecla do câmbio na letra “S” (para provocar a troca de marcha em rotações mais elevadas), o poder de freagem, com uma agradável modulabilidade, a intervenção do ESP não exagerada, a aderência sempre elevada, a entrada em curva precisa com uma boa sensação de estabilidade e uma traseira que obedece aos comandos do volante. Em suma, este cupê, além de aparentar uma imagem esportiva, oferece sempre uma sensação de absoluta segurança. Sensação que pode até levar o motorista menos experiente a exagerar…
Visão Feminina por Claudia Carsughi
Andei com o carro também nas ruas de São Paulo e o que mais me chamou a atenção foi a sensação de estar “grudada” no chão, sua estabilidade é excelente. Melhor ainda é sentir seu desempenho na estrada, sobre o asfalto liso, onde o carro mostra verdadeiramente as qualidades acima citadas. Quero apenas acrescentar que senti falta dos sensores de estacionamento, tanto traseiros como dianteiros, que não vem nem mesmo como opcional nesse modelo.