A vitória sobre o modesto ABC (não por nada, é o lanterna do campeonato) pode ser interpretada de duas formas. Uma, explicar o amplo sucesso (4-1) com a fraqueza do adversário. Outra, entendendo que após a pausa forçada pela Copa das Confederações o Palmeiras encontrou uma equipe-base, conseguiu treiná-la e – finalmente – tem um banco de reservas respeitável, do qual o técnico Gilson Kleina pode atingir sem susto para modificar um esquema ou suprir a uma ausência.
Eu prefiro esta última interpretação, que sinaliza um Palmeiras no caminho certo para o retorno à Série A, com um elenco em que alguns jogadores são nitidamente superiores à média dos que atuam na Série B e com um grupo de 14 ou 15 titulares que o técnico pode alternar de acordo com as necessidades. A esta anotação positiva se soma o bom momento de Valdivia, que está reconquistando a torcida alviverde, e a subida de rendimento de jogadores, como por exemplo Wesley, que estavam devendo quanto à efetividade para o time. A isto tudo deve ser acrescentado o surgimento de jogadores, como o lateral direito Luis Felipe, que agarrou com unhas e dentes sua chance e se transformou num valor seguro de um time que parece jogar de alma leve, satisfeito com o que está fazendo e onde a união do grupo é marcante.
Naturalmente este time do Palmeiras está longe de ser a equipe dos sonhos, e qualquer comparação com famosos times do passado, a começar pela Academia, beiraria o ridículo. Mas se trata de um time que, ao contrário do que acontecia antes, em que garra e passes longos para o ataque eram a regra, procura jogar futebol. E alguns momentos no primeiro tempo, após fazer 2-0, mostraram certo cuidado com a posse de bola e a precisão nos passes que fazem bem esperar para o futuro.
Em suma, neste momento pensar que o Palmeiras vai voltar à Série A, provavelmente vencendo este campeonato da Série B, é perfeitamente racional e até lógico.