Nesta 4.a feira à noite o futebol brasileiro estará empenhado em duas importantes decisões, ambas de âmbito internacional. Pelo jogo de volta da Recopa enfrentam-se São Paulo e Corinthians e pelo jogo de ida o Atlético mineiro vai a Asunción encontrar o Olímpia.
Em Morumbi os dois paulistas levam a campo seus problemas, certamente maiores no tricolor do que no alvinegro, mas de qualquer forma claros e intrigantes. O São Paulo atravessa uma crise de identidade, tem um novo técnico e um elenco discutido pela torcida de forma clara e pelos dirigentes apenas internamente. Um elenco que vem de cinco derrotas consecutivas, uma delas exatamente frente ao Corinthians, e que talvez encontraria, num eventual, e para mim improvável, triunfo nesta Recopa o empurrão necessário para sair rapidamente da desagradável situação em que se encontra.
Para o Corinthians, o sucesso dará um certo alento ao técnico Tite na sua busca de uma volta ao excelente rendimento da passada temporada e, junto a algumas boas notícias administrativas (o clube receberá uma boa grana pela venda, por parte da Roma, do defensor Marquinhos ao PSG), poderia representar um divisor de águas na atual temporada, não tão satisfatória como se imaginava.
Em Asunción, pelo contrário, vão medir forças dois times que estão na crista da onda por suas campanhas nesta Libertadores e que entendem as características decisivas deste jogo. Eu sempre defendi a tese de que é preferível fazer o primeiro jogo fora de casa e depois decidir em casa. E o Atlético aproveitou isso amplamente, tanto nas quartas de final frente aos mexicanos do Tijuana como nas semifinais frente aos argentinos do Newell’s. É bem verdade que além do alento da torcida teve que recorrer a portentosas e decisivas defesas de seu goleiro Victor. Mas, afinal de contas, pode-se argumentar que o goleiro está em campo, como qualquer outro jogador, para fazer seu melhor. E Victor se superou, levando o time a esta inédita final que, em boa parte, lhe pertence.
Agora, em Asunción, o Atlético deve pensar num resultado positivo, como já seria um empate, de preferência com gols, enquanto o Olímpia sabe perfeitamente que, se não vencer em casa, muito dificilmente conseguirá faze-lo em Belo Horizonte. A expectativa é de um grande jogo, sem um prognóstico bem definido, embora pessoalmente entenda que esta Libertadores será do Atlético.