A Libertadores acabou ficando, num jogo emocionante para os torcedores e em alguns momentos até divertido para os observadores neutros, com o Atlético mineiro. E a justiça esportiva não se equivocou, pois o time brasileiro é tecnicamente superior ao paraguaio, que mostrou, ao lado de um bom planejamento tático e muita luta, evidentes limites de técnica individual.
Os exemplos mais evidentes disso foram, em minha opinião, o lance do primeiro gol, em que a bola chegou a Jô após o defensor do Olimpia ter errado o rechaço (ele foi chutar a bola e não pegou nada). E, sobretudo, o lance hilário ocorrido no segundo tempo, quando, numa boa jogada de contragolpe, o centroavante Ferreyra, chegado a poucos passos das área, sozinho e com ótima chance para empatar, escorregou e caiu de bumbum no chão. Aí, em minha opinião, o Olimpia mostrou que não merecia mesmo ser campeão da Libertadores.
O Atlético tinha começado o jogo razoavelmente bem, com Ronaldinho se movimentando bastante e até acertando um belo chute, mas depois seu jogador mais famosos acabou se perdendo na marcação adversária e sua eficiência foi progressivamente diminuindo. E, com ele mal, tanto Jô como Tardelli foram prejudicados, pois a bola não chegava redonda aos dois, ficando a maior parte do peso ofensivo para Bernard, em minha opinião o melhor jogador do Atlético.
Com a expulsão, aos 40′ da segunda fase do central Manzur, por receber o segundo cartão amarelo, criou-se momentaneamente um vácuo na defesa do Olimpia e disso, dois minutos depois, conseguiu se aproveitar Leonardo para, de cabeça, escorar um bom cruzamento da direita e marcar o gol que igualava tudo. Na prorrogação inicialmente o melhor futebol do Atlético apareceu de forma evidente, uma bola no poste impediu que a história acabasse de vez, mas depois o cansaço tomou conta de todos e a ida para a cobrança de penais ficou definida.
Como já tinha acontecido frente ao Tijuana em quartas de final e ao Newell’s em semifinal, aí foi a vez de aparecer o goleiro Victor, que pouco trabalho tivera nas duas horas de futebol. E Victor disse presente, defendendo logo de cara a primeira cobrança do defensor Miranda e iniciando o merecido triunfo do Atlético.
Se tudo foi festa no Mineirão, em Morumbi o São Paulo continuou sua sina perdedora, sofrendo a oitava derrota seguida. Desta vez quem se aproveitou da má fase tricolor foi o Internacional, que deve à imprecisão nas finalizações o fato de ter ganho apenas por 1-0, pois criou oportunidade para registrar um placar bem mais amplo.
O mais importante e sintomático desta nova derrota, porém, foi a declaração do capitão Rogério ao microfone da Jovem Pan após o jogo, afirmando, alto e bom som, “temos que jogar para nos salvar”. Uma realidade que, até então, o goleiro tricolor, frente a pergunta semelhante, tinha-se recusado a encarar…