Acabou a Copa das Confederações com uma vitória convincente do Brasil que, ao longo da competição, foi melhorando gradualmente e hoje se apresenta como um time coeso, em que todos atuam pensando no conjunto. Mesmo os que, como Neymar, não sabem voltar para ajudar na marcação, se doaram em campo, cada qual dentro das qualidades técnicas que a natureza lhes deu, permitindo à seleção ter uma vitória que vale muito, tanto do ponto de vista psicológico como no aspecto prático. Já que o time derrotado é o atual campeão mundial, que não perdia um jogo oficial desde muito tempo.
O importante, em minha opinião, é continuar a trabalhar no aprimoramento da seleção, coisa que será possível sobretudo se os clubes permitirem que Scolari tenha este grupo à disposição por mais vezes, de forma a poder aproveitar para períodos de treinamento. Isto, eventualmente, aproveitando as datas Fifa, mesmo que, para isso, a CBF tenha que renunciar a lucrativos jogos amistosos, coisa que talvez represente algo utópico de minha parte…mas vale a pena sonhar.
Alguns jogadores, em minha opinião, merecem um destaque especial por sua importância para o rendimento do time, tanto no aspecto técnico como – e em alguns casos prioritariamente – no aspecto tático. Refiro-me notadamente a Hulk, que a torcida brasileira parece não avaliar corretamente no seu valor para a seleção, como para Fred, que no Fluminense raramente correu tanto como fez contra a Espanha, pois, no fundo, esta final apresentou uma superação da seleção brasileira como poucas vezes tínhamos visto. E outros, como Julio Cesar, que vinham de uma temporada infeliz com seu clube inglês, rebaixado mas sem que o goleiro tivesse qualquer culpa. Até jogando muito bem, a ponto de despertar agora o interesse de vários clubes da própria Inglaterra e da Itália.
Antes disso, tivemos a disputa do terceiro lugar em que, nos penais, a Itália superou o Uruguai, após o empate em 2-2 nos tempo normal e na prorrogação, sem que isto possa representar qualquer surpresa com relação à potencialidade das duas seleções, ambas inferiores, no plano técnico, aos dois finalistas.