Cada dia que passa, o “imbroglio” da questão pneus, com relação aos testes secretos realizados em Barcelona pela Pirelli com um carro Mercedes deste ano, ganha novidades. E parece claro que no trângulo Pirelli – FIA -Mercedes alguém está faltando com a verdade. Ou, em outras palavras, está mentindo, pois não existem duas verdades distintas para o mesmo fato.
Vamos, antes de mais nada, lembrar que os testes de Barcelona mostraram um percurso total de 1.028 km, contra os 1.000 regulamentares. A diferença é mínima, mas trata-se sempre de uma irregularidade.
A segunda observação é que Lewis Hamilton apresentou-se com um capacete camuflado. Se, como diz a Pirelli, tratava-se de um teste não secreto, já que a firma italiana até colocou seus logotipos no circuito, isto não era necessário.
A terceira observação é ainda mais marcante. De acordo com a Pirelli “jamais pedimos para utilizar um carro 2013. O uso deste veículo foi acertado entre a Mercedes e a FIA”. Uma tese completamente diferente da apresentada pela FIA que se dizia ignara de tudo.
Uma quarta observação polêmica : qual a razão pela qual em Montecarlo não só não se esclareceu que tratava-se apenas de testes com vistas a 2014, mas foi dito que serviriam para determinar os pneus para o GP do Canadá ?
Em minha opinião, e aguardando o parecer do Tribunal Internacional que deverá ser ativado pela FIA, tudo isto esconde algo mais. Como, por exemplo, a renovação do contrato da Pirelli para o futuro, já que a firma italiana, em Montecarlo, admitiu, embora só como hipótese, que até poderia não estar presente na F1 em 2014. Os contratos devem ser assinados com todos os times e com Bernie Ecclestone, para sucessivamente obter o ok da FIA.
Resultado final : uma grande confusão, já que também a Ferrari teria realizado um teste de pneus, embora com um carro velho, e portanto obedecendo às regras. E a Red Bull, que não consegue resolver o problema dos pneus em todas as pistas (em algumas vai bem, em outras nem tanto), está protestando, alto e bom som…
Some-se a isso que a eventual condenação de Ecclestone por corrupção, (vale lembrar a declaração de Christine Hofmann-Dennhardt, dirigente do board a respeito) poderia levar a Daimler a deixar a F1 para termos a pintura completa de uma situação realmente confusa.
O “imbroglio” dos pneus na F1
Anterior