Corinthians, São Paulo e Santos perderam na 4.a feira à noite. Mas as semelhanças param aí, pois foram situações completamente diversas entre si, em jogos de desenvolvimento também muito diferente.
O Corinthians teve um bom primeiro tempo e poderia ter alcançado uma clara vantagem sobre o Cruzeiro, lá em Sete Lagoas, não fossem as falhas de Pato nas finalizações. Falhas que, por sinal, lembraram as dos atacantes do Palmeiras na noite anterior e sinalizam a necessidade do técnico Tite repensar a formulação de seu ataque onde Pato não consegue ser o homem decisivo imaginado por muitos quando de sua contratação. Pato, na verdade, está repetindo aqui o futebol apresentado na sua derradeira fase pelo Milan e que levou o clube italiano a cede-lo sem muitos problemas, apenas lamentando aquilo que poderia ter sido e não foi.
No segundo tempo o Corinthians foi dominado pelo Cruzeiro e o desfecho final, com o penal que determinado o resultado, acabou sendo lógico, repetindo aquele velho e surrado ditado de “quem não faz, toma”. Mas, no todo, nada de irremediável.
Já o São Paulo sofreu um gol no minuto inicial e não teve competência para virar o resultado, irritou a torcida e o estádio, em coro, clamou pela volta de Muricy e, depois, condenando o presidente Juvenal Juvencio. O retorno de Muricy, em minha opinião, seria inútil se o clube não reforçar o elenco, e, neste quesito, as críticas ao presidente são pertinentes e corretas. Embora não saibamos a quantas andam as finanças do clube, fator fundamental para reforçar o elenco, pois sem dinheiro nada se faz…
Finalmente o Santos, chamado a mostrar o quanto vale, após ter perdido seu jogador de ponta, Neymar, e seu técnico, Muricy, despedido abruptamente (na minha opinião principalmente para efetuar uma clara redução de custos), deu uma imagem pobre e preocupante.
O projeto, em si, parece lógico: promover garotos da base e pôr, para comanda-los, o técnico que os seguiu até aqui. Assim vimos no banco Oliveira e em campo, além de vários remanescentes da era Muricy, garotos como Neilton e um Felipe Anderson, este último encorajado pelo técnico a se soltar em campo. E. depois, também Leandrinho e Gabriel, este tendo deixado uma impressão favorável com vistas ao futuro.
Mas aí é que, em minha opinião, reside o problema: dirigentes e torcedores do Santos estão dispostos a atravessar um período de vacas magras, enquanto aguardam este possível, brilhante futuro?