O jogo-returno das quartas de finais da Libertadores, opondo Atlético mineiro e Tijuana, teve um desenrolar bem diferente do que eu imaginava. O Atlético, embora iniciando o jogo com um escore (0-0) que já lhe dava a classificação, demonstrou um inexplicável nervosismo em alguns jogadores. O exemplo mais claro foi do defensor Réver, incerto, inseguro, constituindo-se no ponto mais fraco de uma defesa que sofria, nas faixas laterais, e sobretudo na direita, as jogadas dos mexicanos.
Com um Tijuana tranquilo, como se estivesse disputando um amistoso sem importância, as coisas logo ficaram difíceis para o time brasileiro. E a sorte lhe deu uma mão quando o árbitro julgou determinante a posição de impedimento de um jogador mexicano, em ocasião da cobrança de uma falta que redundou em gol marcado por outro jogador, que não estava impedido. A discussão se o jogador que não tomou parte na jogada atraiu ou não a atenção do goleiro não terá nunca uma resposta…
Mas isso só adiou o gol dos visitantes, pois aos 26º um contragolpe pela direita, com cruzamento para a esquerda, foi concluído em gol pelo bom jogador Riascos, de forma inapelável para o goleiro Victor. Se o Atlético não se encontrava antes, ficou ainda pior e somente nos minutos finais, quando Ronaldinho começou a aparecer, é que o Atlético deu sinais de vida. Chegando aos 41º ao empate, numa jogada em que Rever tocou de calcanhar uma bola que tinha passado por uma série de outros jogadores, mexicanos e brasileiros.
Esperava-se que, no segunda tempo, o Atlético, novamente de posse de um resultado que o classificava, tocasse a bola e levasse tranquilamente a partida, quem sabe até tentando um segundo gol. Mas a afobação tomou conta do time e o bom toque de bola do Tijuana começou a criar problemas, até criar uma clamorosa situação em que, em mais uma falha defensiva, dois jogadores mexicanos ficaram frente à frente com Victor. E o goleiro fez uma defesa espetacular, salvando o Atlético de sofrer o segundo gol.
Com o passar dos minutos o Tijuana tornou-se mais ofensivo, o Atlético teve o contragolpe à sua disposição mas errou todas as finalizações, e, ao apagar das luzes, aconteceu o drama: penal contra o time brasileiro. A possibilidade da eliminação, em casa, como aconteceu com o Palmeiras, tornou-se aterradora. E aí, felizmente para o Atlético, apareceu de forma definitiva o goleiro Victor que conseguiu, com a ponta do pé, já que estava caindo para o lado, defender o chute central de Riascos e levar seu Atlético às semifinais da Libertadores. Foi um drama com final feliz…
Numa análise fria, deve-se reconhecer que falharam alguns dos homens-chave deste time do Atlético: a começar por Ronaldinho, que teve poucos momentos de efetividade, continuando com Bernard e Tardelli na frente, Réver e, em parte, Marcos Rocha atrás. Em suma, seria simpático se todos dessem seus prêmios pela classificação ao excelente Victor!