A notícia que Neymar deixou o Santos e assinou contrato com o Barcelona não deve ter surpreendido quem segue meus comentários aqui e na rádio Jovem Pan, já que, desde a derrota do time de Messi frente ao Milan em San Siro, pela ida das oitavas de final da Champions League, eu insistia em que isso era fato praticamente consumado.
Com efeito, os dirigentes do Barcelona perceberam, naquela oportunidade, que o time era demasiadamente Messi-dependente e que seria útil ter outro jogador de grande habilidade para aliviar a marcação que os adversários já tinham aprendido a fazer sobre o fora-de-série argentino. Escolhido Neymar, a lógica consequência era que o Barcelona, ao invés de aguardar mais um ano e leva-lo sem pagar um centavo ao Santos e aos demais proprietários dos direitos do jogador, optaria por gastar um certo dinheiro para tê-lo em suas fileiras já na temporada 2013-14 que se inicia em julho próximo.
Até aí, então, nenhuma novidade. O que eu aguardo para ver é se, e como, Neymar vai dar certo no futebol europeu, pois as mais recentes tentativas neste sentido não foram muito positivas. Refiro-me a Robinho, que Luxemburgo tanto se empenhou em levar para o Real Madrid na época em que dirigia o clube espanhol e que, na expressão do técnico, “não deu sequer uma pedalada” enquanto lá esteve. E depois, nos demais clubes em que atuou e ainda atua, nunca passou de um jogador, ora bom, ora muito bom, mas jamais fora-de-série.
Outro exemplo, esse ainda mais recente, é Pato. Saindo daqui sendo apontado por muitos companheiros dos meios de comunicação como o novo Pelé, jamais atingiu tal nível. Embora deva-se honestamente lembrar que sua carreira foi atrapalhada por um impressionante número de contusões musculares, mesmo na sua volta ao Corinthians, mostrou ser o mesmo jogador de quando atuava no Milan.
Neymar tem indiscutíveis qualidades e escolheu o clube que melhor se aproxima de suas características ofensivas, nenhum outro como o Barcelona poderia dar-lhe o apoio indispensável para uma rápida aclimatação. Resta agora vê-lo na prova de campo, aliás do “Nou Camp”, pois será lá que deverá mostrar do que é capaz. Felicidades!