Os jogos de ida dos dois clubes brasileiros que sobraram na Libertadores forneceram resultados opostos e, de certa forma, em desacordo com o esperado.
Com efeito sabia-se que o Fluminense teria um difícil adversário no Olímpia mas eu pensava que, no fim, sobretudo se pudesse ter uma conduta ofensiva como realmente teve, acabaria vencendo, nem que fosse por 1 a 0. Mas o constante erro no último passe tornou isso impossível e o Olímpia, especialmente na parte final da partida, deixou bem claro que estava satisfeito com o empate. Obviamente contando com uma vitória, em casa, na semana vindoura.
Já o Atlético mineiro parecia ter condições de fazer um bom resultado lá no México. E o raciocínio era simples: se o Palmeiras, com um time tecnicamente inferior, conseguiu um empate, e assim mesmo superando o erro de arbitragem, que não lhe concedeu um penal claro, os companheiros de Ronaldinho poderiam até vencer.
O desenrolar do jogo, porém, por um bom tempo mostrou como são frágeis essas comparações indiretas, com um Atlético dominado pelo Tijuana, que chegou a fazer 2-0 e ameaçou marcar o terceiro gol.
Felizmente para o time brasileiro, que foi então decididamente ao ataque, aceitando correr riscos defensivos, saiu o primeiro gol, que tornava perfeitamente possível a virada em BH. E nos instantes finais, qual cereja a completar o bolo, foi Luan quem carimbou o empate. Um empate que agora dá ao Atlético total confiança para chegar às semifinais, pois parece-me extremamente improvável uma vitória do time mexicano no Independência, sobretudo sabendo-se que o jogo começa naquele 0-0 que por si só classifica o Atlético. E que o 1-1 proporciona o mesmo desfecho.
No outro jogo de destaque, o derby argentino mostrou que nem mesmo o fator campo, na tradicional Bombonera, permitiu ao Boca superar um Newell’s que tecnicamente lhe é superior. O Boca, com dois homens na frente, municiados por Riquelme, foi taticamente bem diferente do que vimos em Pacaembu mas a ousadia do técnico Bianchi não foi suficiente. Pois o Newell’s, marcando quase sempre por zona, conseguiu neutralizar boa parte das iniciativas de Riquelme e só assustou seus torcedores pela má noitada de seu goleiro Guzmán.
Ficando agora, semana que vem em Rosario, com os fatores campo e torcida para eliminar o Boca e seguir na busca da Libertadores.