Já são conhecidos os dois primeiros semifinalistas da Champions League: o espanhol Real Madrid e o alemão Borussia Dortmund. O Madrid era o favorito contra o Galatasaray em função da vitória por 3-0 obtida na capital espanhola e teve certeza da vitória quando Cristiano Ronaldo abriu o escore, levando a diferença para 4 a 0. Talvez isso tenho convencido cedo demais o time de Mourinho de que a disputa estava fechada, coisa com a qual não concordou o Galatasaray, que marcou três belos gols e tornou extremamente interessante o jogo até seu final. Embora não conseguisse uma virada que teria sido histórica.
Quem, pelo contrário, conseguiu uma virada histórica foi o Borussia que, em Dortmund, estava perdendo 2-1 para o bom Malaga até o finzinho do jogo. Malaga que, a bem da verdade, tinha marcado seu segundo gol em posição de impedimento e parecia próximo à classificação. Aí uma falha do zagueiro argentino Demichelis, até então impecável, proporcionou ao Borussia o segundo gol e o jogo virou uma loucura, com todo o time alemão, zagueiros centrais inclusive, indo à frente na busca do milagre.
E o milagre acabou acontecendo, mas seu autor intelectual não foi o brasileiro Santana, mas sim o árbitro. Um árbitro que não viu (ou preferiu não ver, pois o lance foi clamoroso) um dúplice impedimento do Borussia e validou o gol da vitória, para logo depois marcar o fim do jogo. Como nem todos os árbitros são santos (afinal de contas nem mesmo nas fileiras da Igreja isto se verifica), se fosse torcedor do Malaga a esta altura estaria convencido de que o time espanhol foi roubado. Coisa, por outro lado, que tem certa lógica, pois para a UEFA é muito mais interessante ter nas semifinais o Borussia que o Malaga, os exemplos de decisões desse naipe são tantos que seria demasiadamente longo enumerá-los.