Sinceramente, gostaria de não ter que escrever esta crônica, pois é muito triste ver um personagem do esporte que, perto do fim de sua vida terrena, se revela um ídolo de barro e cai, fragorosamente, do pedestal em que se tinha colocado.
Jean-Marie Godefroid du Havellange já tinha pedido demissão do Comité Olímpico Internacional para evitar maiores problemas e envolvimento nos escandalos que abalaram profundamente o orgão máximo do esporte mundial. E agora vem a notícia, trazida pelo nosso reporter da Jovem Pan, Filipe Cury, que Havellange pediu também demissão do cargo de presidente de honra da FIFA, por razões semelhantes.
A favor de Havellange ficam muitas realizações, talvez a mais importante tenha sido trazer para a FIFA a China comunista, até então representada pela China nacionalista (excluida de forma pouco democrática da entidade, é bem verdade) e criar um enorme mercado para o futebol mundial. E, a partir de sua eleição em 1974, transformar a própria FIFA, que até então quase que vivia de “esmolas”, numa potência financeira. Pena que, com o dinheiro, como muitas vezes acontece, tenha chegado logo a reboque também a corrupção…