Ao lançar a linha DS a Citroën teve, como objetivo, alcançar uma gama mais luxuosa daquela ocupada pela série C, que, na Europa, vai do pequeno C1 ao C6, passando por C3, C4 e C5, este últimos três presentes também entre nós. Além do C8, que é um SUV, e do C2 construido apenas na China, após ter encerrado sua produção na Europa.
Aqui chegou agora o primeiro modelo desta linha DS, o DS3, com seu motor 1.6 e turbo que recebeu um incremento de potência, passando dos 156 cv da versão européia para 165 cv. Além de uma reprogramação geral do mapeamento eletrônico, de forma a proporcionar uma aceleração mais imediata, detalhe que agrada – e muito – ao consumidor nacional, geralmente bem sensível a este detalhe. Um detalhe que dá uma impressão de maior potência disponível, embora nem sempre isso seja verdade, e que se soma à possibilidade de aumentar, por 25 segundos, o torque disponível, o que facilita uma eventual ultrapassagem.
Dirigindo este DS3 percebe-se que a transposição do piso europeu ao nosso foi feita sem mexer na suspensão, o que conserva intactas as qualidades de ótima estabilidade do carro. Qualidades que, somadas ao excelente câmbio manual de 6 marchas, tornam bem agradável este carro. E que se completam com um sistema de freios que imobiliza o carro sem qualquer alteração de trajetória. Além de apresentar a costumeira – para esta faixa de veículos – dotação de itens, como ABS e ESP, apenas para citar dois, que na Europa são praticamente obrigatórios. E que, entre nós, ainda são considerados imprescindíveis apenas por uma restrita fatia de público consumidor.
Isto foi o que escrevemos quando do lançamento do DS3, uma primeira impressão que se desenrolou antes em rodovia de asfalto liso e depois num kartodromo. Isto é condições ideais para desfrutar ao máximo suas inegáveis qualidades (inclusive sua velocidade já que na rodovia não exisitiam radares). Faltava porém o uso diário, na buraqueira a que foram reduzidas as ruas de São Paulo por uma série de administradores relapsos, e foi o que fizemos nos últimos dias.
O simpatico DS3, no fundo, não gostou da troca, pudesse falar diria “mas onde diabos me levaram ?” mas se adaptou da melhor forma possível à inusitada situação em que foi colocado. É claro que para suportar isso requereu a colaboração do motorista que, por exemplo, deixou de se preocupar com a correta tangência da curva para evitar uma cratera. E, em tantas situações parecidas, preocupou-se mais em resguardar a integridade do DS3 doque buscar o desempenho.
A conclusão da história foi que o DS3 pode ser usado até mesmo em São Paulo, mas se o motorista tiver um mínimo de cuidado suplementar do que teria dirigindo um jipe, ests agradabilissimo esportivo durará muito mais e requererá muito menos manutenção. Mas que, rodando com ele, é freqüente lembrar de nossos políticos e suas famílias, não resta dúvida alguma…e, eventualmente, sonhar em poder rodar pela Côte d´Azur !