Dias atrás Neymar declarou que o futebol estava ficando chato. Provavelmente, embora essa não fosse a intenção do garoto, foi uma antevisão do que iria ocorrer no clássico de domingo. Um clássico de passes tortos e finalizações erradas, que, se utilizado como peça promocional do futebol nacional, se revelaria um tiro no pé.
As duas defesas levaram a melhor sobre os ataques e o 0 a 0 foi o claro espelho disso, num jogo em que se salvou apenas a preocupação dos dois técnicos em encontrar novos esquemas táticos. Nesse ponto, aliás, o Corinthians está mais adiantado do que o Santos, pois dispõe das peças necessárias para tal, enquanto o time da Vila se ressente da falta de alguns jogadores, notadamente um bom centroavante, para que Muricy possa realizar calmamente seu trabalho.
Tite, para encontrar um lugar para Pato, teve que abandonar o vitorioso esquema do ano passado e ir para um 4-4-2 ainda em fase experimental, mas que parece destinado ao sucesso. Sobretudo se o técnico souber manter a harmonia no elenco e superar as reclamações de quem perdeu seu lugar. Como, notadamente, acontece com Emerson, além, de Jorge Henrique e Romarinho.
Já Muricy, na linha de mira de alguns conselheiros e diretores do Santos, não tem muito tempo à disposição para armar a equipe, e, além disso, André não confirnou o que dele se esperava enquanto Montillo ainda não alcançou o rendimento normal de sua primeira temporada no Cruzeiro. Assim se o panorama do Corinthians é tranqüilo, o do Santos está sujeito a chuvas e trovoadas…