Quando os 3 Grandes de Detroit – GM, Ford e Chrysler – começaram a ter problemas, muitos imaginaram que seriam percalços financeiros passageiros. Talvez quem fosse sentir mais o problema seria a Chrysler, que Lee Iacocca tentara salvar, anos antes, sem conseguí-lo.
Mas, na hora da verdade, as três ficaram à beira da falência, sendo salvas, no fundo, pelo Governo Obama que não podia admitir o súbito desaparecimento de um dos pilares de sua economia e temia, com toda razão, um efeito dominó.
A Ford se salvou, por ter conseguido empréstimos anteriores, em condições mais favoráveis, a GM ficou de chapéu na mão, com seus últimos executivos deixando cada qual a seu sucessor a batata assando, e a Chrysler foi “comprada” pela Fiat.
Este foi um golpe de mestre do CEO da Fiat, Marchionne, que praticamente não desembolsou um cent, trouxe o peso da engenharia de Torino em setores específicos dos quais a Chrysler não tinha o domínio, e deu início a uma incrível recuperação. Recuperação de cotas de mercado, recuperação de imagem, aquisição de cotas cada vez maiores do controle acionário e, por fim, o lançamento, tanto aqui no Brasil como na Europa, dos primeiros modelos realizados conjuntamente.
Um deles é o Freemont, com o qual o Grupo Fiat-Chrysler entrou numa faixa de mercado do qual estava ausente e que se tem revelado muito interessante. Paralelamente tivemos o desembarque, nos Estados Unidos e aqui no Brasil, do simpático Fiat 500 em suas várias versões, que vem se constituindo num ícone da marca, sendo construído tanto na Europa como no México. E, para um futuro de curto prazo, o lançamento de outros modelos utilizando plataformas comuns vai representar a pedra de toque de uma recuperação, no combalido mercado europeu, que vai se somar ao progresso nos demais mercados mundiais.
Provavelmente quem, anos atrás, se atrevesse a imaginar esta realidade, seria rapidamente internado num manicômio !
Fiat, golpe de mestre
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