Brasil e Itália vão se enfrentar, no campo neutro de Genebra, na Suiça num jogo amistoso que, ao contrário de tantos outros, tem importância até mesmo no resultado. Não se pode esquecer que estarão em campo os detentores de um total de 9 títulos mundiais e o desfecho numérico do encontro dará, a quem levar vantagem, um impulso psicológico que não pode ser desprezado.
Além disso, naturalmente, será um teste mútuo que dirá em que ponto se encontram os preparativos de ambas as seleções não só para a Copa das Confederações como até mesmo para a própria Copa do Mundo do ano vindouro.
Brasil e Itália chegam a este encontro em condições de preparação algo diversas, embora ambos a tenham começado praticamente no mesmo momento, isto é após a última Copa.
O Brasil apostou inicialmente em Mano Menezes mas depois, já bem no meio do caminho, resolveu trocar de comandante e chamou Scolari que, naturalmente, tem suas concepções táticas e assim sendo não deu total seqüência ao trabalho de seu antecessor. Aliás, no fundo, se o fizesse mostraria que tinha sido inútil trocar de técnico. O tempo que restou para o técnico vitorioso em 2002 não é muito, e ele é obrigado a acelerar as experiências para chegar à definição do time-base. Mas, a seu favor, fica o fato indiscutível de dispor de jogadores de qualidade, muitos acima da média mundial. Assim a pretensão da torcida brasileira de ter-se uma boa seleção é perfeitamemnte válida.
Para Prandelli, o técnico da Itália, as coisas correram de forma diferente. Sua primeira tarefa foi levar os torcedores a se interessarem novamente pela seleção, que tinha caido no discrédito. E isto foi conseguido, com um trabalho aberto a todas as opções e a renuncia a muitos veteranos que não vinham rendendo bem. Em lugar dos vários Totti (que, agora, por sinal, está jogando muito bem), Toni e companhia o técnico chamou uma porção de jovens, muitos dos quais se revelaram não à altura do que Prandelli deseja mas, de toda forma, tiveram sua chance.
Pouco a pouco, Prandelli conseguiu formar um grupo, que se baseia em dois veteranos, o goleiro Buffon e o armador Pirlo, e muitos garotos, como o irrequieto Balotelli, por exemplo. Ficou claro, neste processo de renovação, que a atual geração do futebol italiano é inferior às que a precederam, e portanto não se pode ter muitas ambições. Mas para o futuro, o bom desempenho das seleções de base induz a certo otimismo, no sentido de que a seleção pós-Copa de 2014 deverá ser supérior à atual pois os principais clubes, forçados a isso pela crise econômica, estão lançando muitos garotos e vários deles já mostraram reais qualidades. Assim este jogo frente ao Brasil poderá, no fundo, dizer claramente o que vale esta renovada seleção da Itália.