A estréia de Scolari como técnico da seleção brasileira acabou com uma merecida derrota (2-1) frente à Inglaterra em Wembley. O resultado premiou a equipe que melhor se houve em campo, e quanto a isso não tenho dúvida alguma. Como não tinha antes, e continuo não tendo agora, dúvidas quanto ao real e reduzido valor do resultado de um jogo amistoso.
Isto posto, vale discutir o que vimos e o que isso pode trazer de ensinamento para o imediato futuro. Em minha opinião, as mexidas de Scolari no intervalo melhoraram o rendimento da equipe, que se tornou mais veloz com a saida de Ronaldinho e entrada de Lucas. E ganhou um pouco no meio de campo, com Arouca em lugar de Ramires, enquanto na frente Fred teve melhor aproveitamento que Luis Fabiano.
Mas tudo isso foi apenas circunstancial, e nada impede pensar que, em outra oportunidade, substituições opostas não poderão trazer melhor rendimento. Exceto a de Ronaldinho, que, em minha opinião, não pode ser o maestro da equipe que Scolari está buscando, sobretudo se pensarmos em termos da Copa de 2014. Esta é uma posição em que o Brasil deve continuar procurando o homem certo, que talvez possa ser Kaká. E, nesta linha de raciocínio, foi uma pena Kaká não ter conseguido voltar ao Milan, onde atuaria com continuidade provavelmente na função que Scolari imagina ele possa desempenhar na seleção brasileira.
Outro ponto a ser discutido é a proteção à defesa, onde talvez a inclusão de um homem que tenha, além de um bom passe, também certa atitude à cobertura poderia evitar que o adversário fizesse gols, como o primeiro da Inglaterra. E, sempre falando da defesa, a volta de Julio Cesar à meta foi muito positiva, como, aliás, era esperado, levando em conta a sua boa fase atual.
Em resumo, a primeira apresentação da seleção brasileira sob o comando de Scolari, não me decepcionou, trouxe ensinamentos importantes, como, por exemplo, a dificuldade de Neymar quando é posto frente a outro tipo de marcação e a outro tipo de arbitragem, e abre importantes temas de discussão. Oxalá Scolari saiba tirar, do que vimos, os ensinamentos necessários…