A definição dos pneus que serão utilizados nos 4 primeiros GPs desta temporada deixa bem claro, em minha opinião, que Ecclestone deseja um começo de campeonato cheio de surpresas, ao lema de quanto mais surpresas, melhor.
Com efeito, já no GP de abertura, na Austrália, a Pirelli vai fornecer a todas as equipes pneus supermacios e médios, o que prenuncia uma decisiva importância das estratégias de corrida, pois, como não são dois tipos sequenciais (entre eles, na escala de dureza, estão os macios), a diferença de desempenho será clara. Com os supermacios bem mais velozes e os médios durando bem mais.
Depois nos GPs de Malasia e da China a situação voltará à normalidade. No primeiro caso teremos pneus médios e duros, isso em função da abrasividade do asfalto e no segundo macios e médios. Mas já no quarto GP, o de Bahrein, ao intenso calor, tradicional nesta corrida, somar-se-á a incognita pneus, pois serão disponibilizados macios e duros. Repetir-se-á, então, a variação extrema do GP da Austrália e, conseqüentemente, as chances de ocorrerem resultados inesperados, pois à estratégia de alternancia dos pneus em qualquer GP pode sempre somar-se a entrada de safety-car.
Esta é uma coisa, por sinal que me desagrada profundamente e sempre me faz supor a existência de um interesse comercial por trás disso. Já pensaram quanto custaria, em âmbito mundial, expor a marca da estrela em longos comerciais de televisão? Não que eu seja contrário à tese do safety-car, mas acho que sua entrada na pista, posto que seria complicado para o público interromper a cronometragem e retoma-la na saida do safety-car, deveria ser reservada a acontecimentos realmente extraordinariamente perigosos para todos os concorrentes. E não é isso que normalmente vemos…