A telenovela em que se transformou, ao longo do tempo, a eventual venda de Paulinho à Inter, encontrou seu final, ao menos por ora. É verdade que o clube italiano conseguiu reunir o dinheiro necessário para a compra, com as vendas do holandês Sneijder ao Galatasaray (onde fará uma interessante dupla com Drogba, de volta da China) por 7,5 milhões de euro e a cessão do brasileiro Coutinho (que não foi a revelação esperada) ao Liverpool por 12,5 milhões de euro. Um total de 20 milhões (cerca de 55 milhões de reais), que, em tese, permitiriam comprar Paulinho.
Mas, felizmente, o Corinthians neste momento não precisa de dinheiro, e vai adiar a negociação para o meio do ano, disputando assim a Libertadores com todo seu elenco. E também o jogador, inteligentemente, prefere uma eventual transferência ao final da atual temporada européia, de forma a começar a aventura européia no mesmo patamar fisico de seus novos companheiros.
Esta recusa do Corinthians em vender já seu jogador pode marcar uma nova era no futebol brasileiro, que deixa de ser mercado aberto a qualquer proposta mais pesada, e, se tiver o aporte financeiro que ações de marketing e direitos de TV permitem, passar a dialogar em melhores condições com os clubes mais ricos do mundo.
A recusa do Santos em vender já Neymar tinha sido um sinal neste sentido, mas agora, quando a negociação envolve um bom jogador mas não um craque, assume um outro valor. E pode-se torcer para que a definição do presidente do São Paulo, Juvenal Juvencio (cada ano precisamos vender um jogador para fechar o balanço) possa, a médio prazo, ficar relegada ao passado. Quando só o Santos conseguiu resistir às sereias europeias e manteve em suas fileiras Pelé até quase o final de sua carreira.