Quando começou-se a falar que a JAC iria trazer da China seu modelo de entrada, o J2, não fiquei particularmente curioso. Afinal de contas, tratava-se de mais um modelo com motor 1.0 de 68 cv e modesto torque de cerca 8,6 kgm (existe também uma versão 1.1, de mesma potência e torque pouquíssima coisa maior, com transmissão automática). Enfim, nada que pudesse balançar o mercado brasileiro.
Sergio Habib, o presidente da JAC no Brasil, teve porém uma intuição extremamente interessante, e forçou o lançamento de uma versão especialmente programada para o Brasil. Seria o J2, mas com motor e câmbio de seu irmão maior, o J3, carro com o qual a JAC estreou aqui entre nós. Com isso, ele conseguiu um duplo objetivo. Simplificou a lista de peças de reposição de sua gama, e criou um carro muito interessante. Pois este J2, com 145 kg a menos que o J3 e mesmo grupo moto-propulsor, tornou-se um carro ágil, de retomadas prontas, dando até mesmo a impressão, ao motorista menos avisado, de uma potência superior aos 108 cv a 6000 rpm e de torque elevado, que supera os 14 kgm a 4500 rpm e que tem uma curva bem interessante, desde as rotações inferiores.
Sobretudo quando se passa dos 4000 rpm se tem a impressão de um carro de caraterísticas esportivas, muito agradável de dirigir em qualquer situação. E isso é ratificado pelo bom câmbio de 5 marchas, com relações algo curtas, o que permite explorar a fundo as possibilidades do motor, sem, para isso, penalizar demasiadamente o consumo. A isto se soma sua dirigibilidade, a resposta positiva da suspensão mesmo em pisos irregulares e a facilidade de estacionamento para torna-lo um carro bem agradável.
Em suma, foi um casamento que deu certo…
Outro aspecto muito interessante, que se soma à garantia de 6 anos oferecido pela JAC, é a profusão de itens, em concorrentes de mesma faixa de preço opciconais ou até inexistentes, que vão desde o ABS com EBD, com freios dianteiro a disco ventilados e dois air-bags, a sensores de estacionamento traseiro , direção com auxílio elétrico, faróis de neblina dianteiros e lanternas de neblina traseiras, rodas em liga de alumínio e alarme anti-furto.
No interior a lista também é extensa, e vai dos vidros dianteiros e traseiros com acionamento elétrico, bem como os retrovisores também com acionamento elétrico, ao volante com regulagem de altura (isto permite a qualquer motorista encontrar a posição preferida para dirigir), ao bom ar condicionado, ao rádio com CD MP3 player com entrada USB e 4 alto-falantes, às luzes de segurança nas portas e à abertura interna do porta-malas, entre outros detalhes.
Em suma, por R$ 30.990 (trata-se de um carro de versão única, sem qualquer opcional mais), é impossível, ao menos no mercado brasileiro, querer mais…sobretudo lembrando que, além dos demais impostos comuns a todos os carros brasileiros, este J2 paga 35% a mais de imposto de importação.
J2, uma agradável surpresa
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