Esta 3.a feira, dia 15 de janeiro, a tradicional fábrica inglesa de carros esportivos, Aston Martin, completa 100 anos. E seria um aniversário triste, já que, nesse século de vida, foram mais os momentos dificeis, economicamente falando, do que os períodos de tranqüilidade vividos desde que Robert Bamford e Lionel Martin decidiram construir carros esportivos. De lá para cá, a Aston Martin passou pelas mãos de numerosos donos, mas só teve um período de sucesso financeiro quando, após a II Guerra Mundial, foi adquirida por David Brown, um industrial que fabricava tratores e transmissões e que já tinha adquirido a Lagonda, outra indústria moribunda, do ponto de vista economico.
Foi este o período de ouro da Aston Martin : produz modelos de luxo, alia-se à carroceria italiana Touring, vence corridas e chega até à Formula 1, em fins da década de 50. Mas as contas não fecham, em 1963 deixa as corridas para se concentrar na produção de carros de série. Uma decisão que parece sábia, sobretudo quando o modelo DB5 torna-se o carro do agente 007, num ciclo de filmes de grande sucesso. Mas aí sobrevem a crise do petróleo no começo dos anos 70 e a Aston Martin não consegue manter-se no mercado, chegando até a parar a produção por falta de dinheiro.
Daí para a frente, uma série de novos donos levam a famosa marca ao descrédito, até que uma nova luz se acende: a Ford compra a Aston Martin e em 1994 apresenta seu primeiro carro, o DB7, com motores Jaguar de 6 e 12 cilindros. Os resultados, porém, são inferiores às expectativas e, em 2006 a Ford decide vende-la.
Mais uma série de desventuras financeiras, até que, no ano passado, entra em cena a Prestige Motor Holdings, controlada pelo fundo Investindustrial do italiano Andrea Bonomi.
Este financista de 46 anos, herdeiro de uma famosa família milanês, já tinha conseguido recuperar uma marca famosa mas à beira da falência, como a Ducati, comprada em 2006 e vendida em 2012, com grande lucro, à alemã Audi.
Agora os que gostam da Aston Martin e cultuam sua tradição, esperam que ocorra o mesmo…
