Fala-se bastante, nestes dias, da possível contratação de Alexandre Pato pelo Corinthians. E até se definiu qual seria o preço : 15 milhões de euro.
A este respeito, vale lembrar um pouco a carreira deste promissor jogador, que despontou muito jovem no Inter de Porto Alegre e foi logo adquirido pelo Milan, que pagou 22 milhões de euro para tê-lo em seu elenco. Antes do início da atual temporada européia, Pato estava praticamente vendido ao PSG por 28 milhões de euro, mais uma série de bonus de acordo com o que conseguiria fazer no clube francês. Um belo negócio armado por Adriano Galliani que, porém não se concretizou pois, à última hora, entrou em cena Silvio Berlusconi que vetou a venda do jogador. E Pato, por seu lado, logo disse que não queria sair do Milan, ertendendo que no clube rubronegro encontraria a projeção necessária para voltar, de vez, à seleção brasileira.
As coisas, porém não se desenrolaram como Pato sonhava, novas contusões impediram que sua carreira tivesse a seqüência de jogos necessária para torná-lo titular indiscutível do Milan, e agora ele parece inclinado a retornar ao Brasil. Claramente pensando que, no Corinthians, seria mais fácil abrir caminho para sua volta à seleção.
Para o Milan, a situação é clara. Hoje o jogador não tem mercado na Europa, assim mesmo 15 milhões de euro representariam um bom negócio, embora sendo pouco mais da metade do que poderia ter recebido cinco meses atrás. Pois a persistente ameaça de novas contusões traz uma grande dúvida sobre a continuidade de sua carreira.
Uma carreira, é bom lembrar, que viu Pato disputar 150 jogos com a camisa do Milan, marcando 63 gol, dois quais 51 pelo campeonato italiano, 3 pela Copa da Itália e 9 nas copas européias. O primeiro gol pelo Milan aconteceu a 13 de janeiro de 2008, na vitória por 5-2 sobre o Napoli. E o último, a 21 de novembro deste ano, na vitória do Milan sobre o Anderlecht por 3-1.
Neste período, uma seqüência impressionante de contusões, consultas e exames com os maiores nomes da medicina esportiva mundial e um preparador físico brasileiro, para cuidar especialmente dele. E, no plano pessoal, um divórcio e o subseqüente romance com Barbara, a filha mais nova de Berlusconi.
Assim hoje, em minha opinião, Pato é um enigma, tanto no plano futebolístico como no pessoal, pois muitos acreditam que tantas seguidas contusões tenham desenvolvido nele um receio subconsciente de machucar-se. E isto poderia ser o caminho mais lógico para novas contusões.
Assism, se o Corinthians o contratar, gastando praticamente aquilo que pode receber pela venda de Paulinho, terá feito um negócio que tanto pode se revelar excepcionalmente positivo como ser um clamoroso fracasso. Quem sabe um bom seguro no Lloyds de Londres resolva o problema…
Pato, um contrato de risco
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