O GP do Japão mostrou que Vettel é, hoje, o grande favorito para o título mundial, que seria seu terceiro consecutivo. Uma corrida em que a Red Bull, como já tinha mostrado no sábado quando monopolizou a primeira fila, foi muito superior a todos os adversários. Tanto que, desde a 10ª volta, o box Red Bull começou a recomendar a Vettel de diminuiir seu ritmo, para evitar eventuais surpresas. Conselhos que Vettel desatendeu, até que, na volta 41ª, foi obrigado a obedecer às ordens de Horner e deixou de aumentar sua vantagem sobre a Ferrari de Massa.
Os torcedores de Alonso poderão, a esta altura, lamentar a forma como o lider do mundial desperdiçou 25 preciosos pontos, mas não se pode, se quisermos ser coerentes, esquecer que Vettel teve o mesmo prejuizo em Monza e Hamilton em Cingapura. Assim a sorte igualou os três pretendentes ao título e, pelo menos por ora, não está influindo na disputa.
Dito isto, vale lembrar o aviso de Alonso (desde 5 ou 6 GP não temos evoluções significativas, o carro é sempre o mesmo), enquanto fica evidente que McLaren e Red Bull evoluiram de forma muito positiva. Eu não vejo como a Ferrari possa evoluir de um momento para outro (já domingo temos outro GP, o da Coréia), pois o aerofólio traseiro levado a Cingapura, que de acordo com os resultados do túnel de vento seria a solução defintiva para os problemas de aderência na traseira, não funcionou a contento e teve que ser deixado de lado. Assism sendo não constituirá surpresa alguma se domingo á noite Vettel for o novo líder do mundial.
Fica, contudo, uma observação importante. Até agora Red Bull e McLaren revezaram-se na condição de melhor carro, num GP uma parece pronta a disparar na classificação, na seguinte a situação se inverte. E tem sido isso que permitiu até hoje a Alonso antes conquistar e depois manter a ponto da mundial. Como Massa conseguiu ser segundo no Japão, parece evidente que Alonso, se não tivesse sido tocado na primeira curva pelo aerofófio dianteiro da Lotus de Raikkonen e consequentemente furado o pneu traseiro, obrigando-o a desistir, teria subido ao pódio e limitado o prejuizo.
Massa, por seu lado, merece um comentário especial. Finalmente revimos o brilhante píloto que, é bom lembrar, em 2008 só não foi campeão mundial pelos erros de box da Ferrari . E que, com um carro inferior aos diretos rivais, mas que, durante o GP, rende mais do que na classificação, só foi superado pela Red Bull de Vettel, ficando facilmente à frente da outra Red Bull e das duas McLaren. Isto poderia até mesmo pesar na luta pelo título, pois um Massa que possa ajudar Alonso, lutando diretamente contra seus rivais, seria, para a Ferrari, a confirmação de uma situação longamente aguardada nos últimos anos. Com boa paz daqueles que, a todo custo, queriam ver o brasileiro longe de Maranello…