Foto: Fabio Motta/AE
Na minha idade pensei já ter visto de tudo no futebol. Vi, por exemplo, um obscuro jogador do meu time, a Fiorentina, o centroavante Paolo Monelli fazer, frente ao Napoli di Maradona e Careca, o gol que Pelé tentou e não conseguiu, aquele com a bola chutada do meio de campo que engana o golveiro adversário, adiantado, e entra na meta desguarnecida.
Vi brigas homéricas em campos de futebol, algumas até mesmo com mortes, como no triste caso da final da então Copa dos Campeões entre Juventus e Liverpool em 29 de maio de 1985 no estádio Heysel de Bruxelles.
Vi árbitros roubando escandalosamente, e sairem aplaudidos de campo. E outros apanhando para valer.
Vi jogadores se declarando homosexuais, e terem suas carreiras postas em risco, e outros continuando normalmente a desempenhar sua profissão.
Vi jogadores fumando no intervalo de jogos decisivos, sob a tácita aprovação de seu técnico.
Mas nunca pensei que, um dia, chegaria a ver duas das principais seleções mundiais não poderem disputar um jogo oficial, para o qual já tinham, no gramado, até ouvido os hinos nacionais, por falta de luz. Foi o que aconteceu ontem à noite na cidade argentina de Resistencia, no estádio do local Clube Atletico Sarmiento. E que passará certamente a figurar no Guiness Book of Records !
