O técnico da Itália, Cesare Prandelli, na entrevista que concedeu a nós e a todos os demais jornalistas italianos aqui em Firenze, no Centro Tecnico de Coverciano, acabou, a certa altura, desabafando. “Nunca sofri tanto em minha vida como frente à Bulgaria sexta-feira passada, sobretudo no segundo tempo”. E o sentimento do técnico era o mesmo que nós tínhamos experimentado, à frente da televisão, vendo uma equipe amedrontada, fisicamente inferior à adversária, que tinha perdido totalmente o sentido de jogo coletivo e apenas buscava defender-se, como time pequeno que quer salvar o resultado.
O que parecia inacreditável era ver a equipe, que pouco tempo atrás sagrara-se vice-campeã da Europa, perdida em campo, sem conseguir manter a troca de bola, um dos fundamentos do trabalho de Prandelli. E um trabalho que parecia, como num passe de uma mágica malvada, perdido e esquecido totalmente.
Agora, nesta terça-feira, a Itália volta a campo, frente à modesta Malta. Mais do que a vitória, que representa uma obrigação, pois Malta é a mais fraca seleção deste grupo eliminatório, cabe ver se a Itália consegue retomar o fio da meada, jogar como gente grande, E apresentar um bom espetáculo, embora seja claro que o esquema da Espanha, ao qual Prandelli se inspirou, pode ser imitado, mas seus interpretes italianos estão bem longe, exceto Pirlo, de terem a mesma categoria.