Analisando com calma do GP de Singapura, tecnicamente o mais difícil para a atual Ferrari, que tem claros problemas de tração em saídas de curvas, pode-se entender que, na ótica de Maranello, o pior já passou. Pois somente os circuitos da Coreia e de Abu-Dahbi tem características um pouco semelhantes. Mas isso não significa que o título esteja bem perto de Alonso pois os últimos GPs, talvez com exceção de Monza, mostraram os carros vermelhinhos inferiorizados frente a McLaren e Red Bull. Para sorte da Ferrari, uma vez é a McLaren a estar melhor, outra é a Red Bull, pelo que a divisão de pontos entre seus adversários acaba favorecendo Alonso, cujo direto perseguidor parece brincar de mudar a cada corrida.
O problema de falta de tração em saída de curva a Ferrari pensou, face aos positivos resultados obtidos em tunel de vento, ter finalmente resolvido. E levou a nova asa traseira para Cingapura onde, na prova real, com o circuito, viu-se logo que não trazia os progressos esperados. Assim teve que disputar o GP com alguns aperfeiçoamentos aerodinâmicos de pequeno porte e sofreu a superioridade técnica de McLaren e Red Bull.
O outro problema que aflige a Ferrari praticamente desde o início do campeonato é a falta de velocidade máxima, o que freqüentemente obriga os técnicos a diminuir a carga aerodinâmica para ganhar alguns km/h nas retas. Mas esse recurso, além de tornar mais difícil a pilotagem do carro nos setores com curvas, acaba desgastando mais rapidamente os pneus, num círculo vicioso que, por sinal, tem criado mais problemas a Massa do que a Alonso, em função das diferentes características de pilotagem dos dois.
Assim fica claro, e as declarações do diretor esportivo Domenicali vão nesse sentido, que a engenharia da Ferrari deve trabalhar para colocar o carro no mesmo patamar dos rivais e não obrigar Alonso a correr sempre no limite. Situação em que Massa não consegue ajuda-lo, tirando pontos dos adversários, e o erro está sempre à espreita.
A única vantagem de Alonso é que tanto McLaren como Red Bull, provavelmente como conseqüência de um desenvolvimento exasperado e sem tempo para muitos testes, perderam um pouco de confiabilidade. Coisa que tem sido o ponto forte da Ferrari e pode ser decisivo na luta pelo título.