A dança das cadeiras na F1, em que muitos meus colegas italianos e de outros cantos do mundo apostavam na saída de Massa da Ferrari para começar a mexer o mosaico, começou de forma totalmente diferente. Foi Hamilton que, três dias atrás, avisou de forma definitiva a McLaren de que não ficaria na equipe. E esta, que já tinha na manga do colete a solução alternativa, apressou-se em fechar com Perez para formar dupla com Button. Ou, mais claramente, a ser o segundo do inglês, ao menos por enquanto…salvo demonstrar nas pistas uma eventual superioridade que eu neste momento não lhe reconheço mas que poderia perfeitamente acontecer se Button não souber aproveitar a oportunidade que lhe é oferecida num prato dourado.
A ida de Hamilton para a Mercedes obedece a uma lógica para mim clara e evidente. Ele quer demonstrar a todos (e principalmente a Ron Dennis) que tem condições de repetir, na Mercedes, o que Schumacher fez na Ferrari ao sair da vitoriosa Benetton. Não é uma simples concidência, aliás, que Hamilton encontre na Mercedes aquele mesmo Ross Brown que foi um dos principais colaboradores do piloto alemão no seu pentacampeonato na Ferrari. Repetir sucesso semelhante, mesmo que não sejam cinco títulos mundiais seguidos, seria a consagração de Hamilton. E este é o desafio que ele resolveu encarar : ir para uma equipe famosa, mas que ainda não ganhou nada nesta sua volta à F1 após os triunfos de mais de meio século atrás, e fazê-la voltar ao degrau mais alto do pódio. Se vai ter êxito nesta difícil e arriscada empreitada, só o futuro poderá dizer…
Por fim, para a Ferrari deixar ir para a McLaren um piloto que estava na sua área de ação, representa, em minha opinião, a clara opção de ficar mais um ano com Massa. E deixar para meados de 2013 os projetos para o ano seguinte…