Esperei propositadamente um tempo, antes de falar sobre a contratação do simpático e competente Gilson Kleina pelo Palmeiras, de forma a reunir, embora aqui na Italia, um número suficiente de pareceres e opiniões a respeito. E a conclusão a que cheguei é que se trata de uma decisão tomada com base no desespero que se apossou não só do elenco como de parte dos diretores do clube pela proximidade do rebaixamento, mais uma vez, à série B do futebol brasileiro. Isso após ter ganho a Copa do Brasil e, com ela, o direito de disputar a Libertadores.
Situação esta anômala e até incomoda, pois para disputar a máxima competição continental inter-clubes seria necessário armar uma equipe de qualidade. Enquanto para vencer a série B do brasileirão é necessário um time raçudo, em que, eventualmente, o bom preparo físico possa até se sobrepor à condição técnica. É bem verdade que um grande time, daqueles que ficam na memória dos torcedores por anos a fio, ganharia ambas as competições. Isso porém está longe, muito longe de ser o caso atual do Palmeiras que, na comparação com a Academia dos anos 70, é apenas um modesto primário.
Dito isto, fica-me a pergunta : os dirigentes do Palmeiras sabem se Gilson Kleina treinou para fazer milagres ? Pois para salvar o Palmeiras de um rebaixamento que, racionalmente, parece-me o desfecho mais lógico deste infeliz campeonato, só mesmo um milagre. Que, aliás, no futebol acontece com muito maior freqüência do que na vida comum…e esta talvez seja a derradeira esperança que os torcedores podem alimentar.