Uma vitória, a obtida frente à Suécia , que trouxe duas positivas conseqüências. A primeira – e talvez mais importante – poder comemorar o primeiro triunfo mundial do Brasil, um marco hisitórico que mostrou como organização, clarividência e disciplina conseguiram modificar uma situação em que o Brasil jogava bem, às vezes apresentava bons espetáculos, mas jamais ganhava. Nem mesmo quando atuou em casa, em 1950.
A segunda conseqüência, também positiva, foi dar um pouco de sossego à seleção, que está numa fase de transição, em busca de sua definição para a Copa das Confederações antes e o Mundial depois. Esta indefinição começa no gol, onde hoje ninguém sabe quem será o número 1 do Brasil (certamente não Gabriel nem Neto). Continua no meio de campo, onde Paulinho mostrou que deve ser novamente convocado e Ramirez que deve ser usado de forma diferente, não preso à faixa direita, pois quando tem maior liberdade de movimentação seu rendimento é bem maior. E desemboca no ataque, onde Neymar precisa ficar livre, oscilando da esquerda para a direita, de forma a criar reais problemas à defesa contrária . Pois ficou evidente que, preso à faixa esquerda, seu rendimento é menor e o fato de poder atrair dois marcadores não resulta em vantagem alguma para o time brasileiro. Pois o jogador que fica, em conseqüência, sem marcação (já que são sempre 11 contra 11) não é devidamemte aproveitado no esquema tático desta seleção. E não adianta discutir se isso ocorre por falta de maior qualidade de quem deveria desfrutar dessa liberdade, ou por ausência de um esquema tático adequado. O fato é que ficam dois vigiando Neymar e o jogador brasileiro que fica livre não é tão útil como deveria. Os jogos do próprio Santos contra Velez e Coritnhians, pela Libertadores, são exemplos por demais recentes para serem esquecidos.
Em resumo, a vitória sobre a seleção sueca foi útil, afastou um pouco o foco da derrota frente ao México na final de Londres, e pode significar o início de um novo ciclo. Mas que este ciclo, para ser vitorioso como nossa torcida exige, vai requerer ainda muito trabalho por parte de Mano Menezes é, para mim, absolutamente indiscutível.