Propositalmente deixei passar um tempo antes de comentar a polêmica que se estabeleceu, após o jogo de domingo na Vila, entre Tite e Neymar, e tendo com coadjuvantes dos dois atores principais outros elementos, como Muricy Ramalho, Paulo André e Leo.
Esse tipo de discussão existe desde muitas décadas, e nunca levou a nada. Serve apenas para alimentar noticiários, fomentar conversas de bar e vender jornal. A veemente condenção de Tite às atitudes de Neymar teria certamemnte mais impacto se ele não tivesse, em seu elenco, um jogador como Jorge Henrique, que tem atitudes semelhantes às do craque santista. A resposta de Neymar foi singela, mas não encerrou a polêmica, que logo recebeu novo fogo com as acusações de Paulo André, com as palavras de Muricy e a infeliz declaração de Leo (o Santos é melhor que o Corinthians) esquecendo a recente desclassificação de seu time na Libertadores exatamemnte pelo adversário. Leo teria sido mais feliz se tivesse, por exemplo, afirmado que o Santos joga mais bonito, pois aí se trataria de um julgamento pessoal que não se apoia em números e portanto não pode ser contestado
A isso tudo se somam os erros da arbitragem, tanto que o auxiliar de linha (eu prefiro a velha expressão bandeirinha, mas vá lá) foi clamorosamente rebaixado, para a necessária reciclagem. Já que se trata de um valor seguro de nossa arbitragem e não pode perdido assim sem mais nem menos.
Com isso tudo, fica a imagem de um clássico polêmico que, desde já, cria certa curiosidade para um futuro enfrentamento entre os dois times. E que mexeu com os brios das duas torcidas, a da Vila não admitindo que se critique Neymar e a do Corinthians insistindo num figurino (o de Neymar cai-cai) que já se tornou famoso. E que, provavelmente, seria esquecido de vez se, um dia, Neymar fosse atuar num clube inglês. Hipótese, esta última, que me parece extremamente improvável, para não dizer impossível, de se concretizar.