A decisão da SuperCopa da Espanha acabou sorrindo para o Real Madrid que, derrotando por 2-1 o Barcelona, ficou com o trofeu pelo critério de desempate baseado no maior número de gols marcados fora de casa, já que, no jogo de ida, o Barcelona tinha ganho por 3-2.
Mas o jogo me surpreendeu e muito, no aspecto tático, pois Morinho usou a mesma tática de quando, com a Inter, enfrentava o Barcelona. A tática de criar superioridade numérica no meio de campo, com o avanço de um defensor, nesse caso o brasileiro Marcelo, descendo pela faixa esquerda. E o Barcelona, como se não esperasse por isso, durante 25 longos minutos, ficou à mercê do adversário que, tivesse tido maior precisão nas finalizações, teria definido aí mesmo o jogo.
Pois o time de Messi, muito bem marcado a ponto do argentino só aparecer no último minuto da fase inicial, quando marcou um golaço numa extraordinária cobrança de falta, não sabia como fazer para sair da armadilha tática. Uma armadilha que cortou o time do Barcelona em dois, e, ao mesmo tempo em que deixava sem suprimento de bolas seu ataque, via o adversário confrontar-se diretamente com seu setor mais fraco, que é a defesa. Ainda bem, para o Barcelona, que aos erros de finalização do Real Madrid somou-se um erro do árbitro, anulando um gol do brasileiro Pepe, que teria sido o do 3-0.
Na fase complementar Mourinho quis manter as chances ofensivas de seu time, e deixou Marcelo livre para atacar, confiando em que a superioridade numérica de seu time (aos 28 minutos da etapa inicial o brasileiro Adriano do Barcelona tinha sido expulso) não só lhe garantiria a defesa como acabaria originando mais um gol. Isso não aconteceu, por claros erros de finalização, e o Barcelona, com Messi finalmente fazendo jús a sua fama, perseguiu até o apito final o segundo gol que lhe daria o título.
Este clássico mostrou ainda que as equipes titulares de Real Madrid e Barcelona são uma coisa, mas quando os técnicos tem que apelar para os reservas, a qualidade técnica cai sensivelmente. Isso ficou evidente com os erros de lado a lado que deixaram o segundo tempo num plano bem inferior, como espetáculo, ao primeiro.
Resta agora ver o desenrolar da temporada que apenas começou e que deixou o Barcelona ainda sem nenhum título.