Hoje à noite, em Curitiba, o Palmeiras vai disputar o jogo mais importante de sua temporada. Tem a possibilidade de voltar a São Paulo com a Copa do Brasil, um título nacional que o alviverde não consegue há bom tempo. E, sobretudo, tem a chance de entusiasmar seus torcedores e leva-los a acreditar que o futuro, mesmo com um elenco em que o valor médio não é elevado, pode ser bem melhor que o passado.
Taticamente este Palmeiras que leva a forte chancela defensiva de Scolari, robustecido nos últimos jogos pela feliz idéia de escalar Henrique na proteção da zaga, se ressente hoje da ausência de dois jogadores muito importantes : Valdivia e Barcos. Se o meia chileno pode ter em Daniel Carvalho um substituto eficiente, para o lugar do centroavante argentino não existe, no elenco, outro elemento de mesmas características e, sobretudo, experiência.
Experiência que lhe permite, muitas vezes, reter a bola na frente, esperando a subida do time, e impedir o que vimos no primeiro tempo do jogo de ida, em Barueri, quando a bola era chutada para frente e imediatamente voltava. Mantendo assim a defesa do Palmeiras sob permanente pressão, coisa que acabou criando várias clarissimas ocasiões de gol para o Coritiba. Embora o então visitante não as tenha desfrutado por falta de pontaria de seus principais jogadores.
Hoje à noite acredito que veremos um Palmeiras fechado na defesa. E isto pode ser encarado como lógico. Mas se essa defesa for o resultado do impulso ofensivo do Coritiba, “empurrando” o Palmeiras para dentro de sua área, sem que o alviverde tenha a possibilidade do contragolpe, só um milagre impedirá a festa final do dono da casa.
Para o Palmeiras levantar o trofeu, será indispensável defender-se uns 10 metros mais à frente e estar sempre em condições de iniciar, quem sabe numa roubada de bola adversária, o contragolpe. De toda forma, não será uma noite tranqüila para os torcedores de ambos os times, num desfecho que penso acabe decidido por detalhes e que poderá ter na arbitragem o fiel da balança.