No passado, mesmo quando o Brasil ganhava quase todas as Copas do Mundo (de 58 a 70, em 4 edições o Brasil ganhou 3), o futebol brasileiro (e o sulamericano, também) era um amplo supermercado. Os clubes europeus vinham, acertavam o preço, e levavam quem queriam. E não eram só os grandes clubes, mesmo os médios podiam ir às compras, sem qualquer problema. A única exceção chamava-se Pelé, por cujo passe a Inter chegou a apresentar um cheque em branco que foi logo devolvido pelo falecido Modesto Roma. E foi só no ocaso de sua carreira que Pelé e o Santos se dobraram frente aos milhões de dólares do Cosmos.
Com o passar dos anos, as coisas começaram a mudar e, mais recentemente, a crise economica que dos Estados Unidos se espalhou à Europa, somada ao crescimento da economia brasileira, mudou esse panorama. O primeiro sinal claro dessa mudança foi protagonizado pelo Santos no caso Neymar, quando o clube conseguiu armar uma engenharia financeira que permitiu ao jovem craque ficar aqui, ganhando tanto ou até mais do que teria recebido na Europa.
Agora foi a vez do Corinthians reajustar substancialmente os ordenados de Ralf e Paulinho, assegurando assim sua permanência no time campeão da Libertadores. Onde a única saida foi de Leandro Castán, por uma opção pessoal em busca de uma nova fase em sua vida, profissional e pessoal.
E, por último, o caso do São Paulo, que resistiu a ofertas mirabolantes pelo jovem e promissor Lucas, ofertas que colocaram o jogador no patamar de renomadas jogadores que atuam na Europa. Fala-se (mas essas cifras são sempre guardadas a sete chaves, sobretudo quanto à forma de pagamento, e nem sempre se pode acreditar no que é veiculado) que, após os 25 milhões de euro oferecidos pela Inter, o Manchester United teria chegado a nada menos que 30 milhões de euro. Uma oferta nunca vista antes e que o São Paulo, ao que parece, conseguiu recusar.
Se o panorama economico continuar sendo esse, isto é uma economia européia em crise e uma brasileira em expansão, pode-se pensar numa defintiva inversão de tendência do mercado do futebol. O que seria altamente positivo para o Brasil.
O mercado mudou
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