O futebol da China parecia poder impor-se, como novidade mundial, quando conseguiu classificar-se para disputar a Copa do Mundo de 2002. Mas a coisa não decolou, massacrada por corrupção e apostas clandestinas, até ser criada, em 2004, a Superleague, que, patrocinada pela Pirelli no biênio 2009-2010, fez um salto de qualidade no ano passado, com a chegada de vários jogadores estrangeiros.
O top foi o argentino Conca, que saiu da Fluminense para ir ganhar cerca de 65 milhões de reais por um contrato de 3 anos. E foi logo um sucesso, levando o Guangzhou à vitória no campeonato.
Ele foi seguido, pouco tempo depois, pelo veterano francês Anelka. E agora foi contratado Drogba, o astro do Chelsea na conquista da Chamnpions League e acolhido como um rei pelo público chinês.
Enquanto isso o Guangzhou, que tinha sido rebaixado em 2009 por um escândalo de jogos vendidos e apostas clandestinas, foi adquirido, a 28 de fevereiro de 2010, pela riquíssima imobiliária chinesa Evergrande. E Xu Jaiyin, bilionário proprietário da empresa, prometeu não apenas a imediata volta à primeira divisão como a transformação do clube no mais famoso do continente. Seus objetivos: a Champions League da Ásia e depois o Mundial de clubes. Sem se preocupar quanto isso pudesse custar.
O primeiro objetivo, voltar à primeira divisão, foi logo alcançado. O segundo começava pela contratação de um técnico de renome internacional. O escolhido, após pensar, entre outros, em Capello e Trapattoni, foi Marcello Lippi. O técnico campeão mundial de 2006, que tinha sido anteriormente convidado para dirigir as seleções de México, Ucraina e Arabia Saudita e sempre recusara, desta feita aceitou.
Um ordenado fantástico (25 milhões de reais por ano, num contrato até 2014) e, sobretudo, total autonomia para decidir o que fazer e quem contratar. Tanto que Lippi levou para a China toda sua equipe, desde o auxiliar Pezzotti (que já tinha sido enviado por Lippi em março, para estudar o clube e o ambiente) ao preparador de goleiros Rampulla e ao preparador físico Gaudino.
Guangzhou, mais conhecida pelo antigo nome de Cantão, é a terceira cidade da China após Pequim e Xangai, tem quase 13 milhões de habitantes, arranha-ceus como se vêm por aqui, e é atualmente a capital do futebol chinês. O Guangzhou R&F é o outro clube da cidade, estabelecendo uma rivalidade como, por exemplo, a que divide Gremio e Internacional em Porto Alegre ou United e City em Manchester.
Se o futebol chinês não deslanchar agora, será dificil possa faze-lo no futuro.